Falta de sinalização deixa trecho perigoso

Quem circula pelo trecho da BR-104 Norte, nas proximidades do estádio o Amigão, no bairro do Catolé, em Campina Grande, tem que redobrar a atenção, principalmente quando precisa ultrapassar a pista. O problema é que uma obra inacabada do local, que pretende justamente garantir mais segurança, está sem sinalização e, dessa forma, já provocou vários acidentes, incluindo sete mortes, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O caminhoneiro José Antônio Alves conta que quase todos os dias precisa passar pelo trecho em obras e todas as vezes procura ter paciência para observar todos os acessos antes de colocar o pé no acelerador. “É normal a gente flagrar alguns veículos quase se chocando, porque o trecho aqui ficou muito confuso. Eu prefiro ter mais paciência e aguardar para seguir com tranquilidade”, disse. Para os motoristas que circulam em veículos menores, o perigo ainda é maior e principalmente durante a noite.

No local onde foi iniciada a construção de um viaduto que faz parte da duplicação da BR-104, por enquanto, há apenas um espaço que abriga amontoados de pedra, terra e uma estrutura de ferro. Isto tem gerado insatisfação nos motoristas, que acabam sendo prejudicados pela pouca visibilidade. “Os dois últimos acidentes aconteceram justamente aqui, quando as pessoas esperavam e, sem visibilidade, acabaram tentando atravessar a pista e infelizmente não conseguiram”, reclamou o comerciante Cristian Araújo.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), depois da obra, sete pessoas acabaram morrendo em acidentes no local, ocasionados principalmente pela falta de sinalização e iluminação durante a noite. A obra foi firmada entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Prefeitura de Campina Grande, mas está paralisada desde janeiro deste ano.

Conforme o secretário Municipal de Obras, Alex Azevedo, a expectativa é de que a sinalização seja instalada na próxima semana, pois na próxima sexta-feira será assinada uma ordem de serviço para o reinício do projeto. Conforme explicou, o Dnit em Brasília deverá encaminhar documentação indicando a remedição do perímetro que vai ser pago e feito pelo departamento na Paraíba.

O Ministério Público, através da Promotoria do Patrimônio, está investigando o porquê da paralisação das obras. O promotor Lúcio Mendes já instaurou procedimento para averiguar o que aconteceu com as verbas.