ECONOMIA
Cesta de JP lidera alta no país
Capital paraibana já acumula, de janeiro a abril, o maior reajuste da cesta básica entre todas as capitais do país
Publicado em 08/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 15:03
Os pessoenses estão gastando cada vez mais na compra dos alimentos essenciais. A capital paraibana já acumula, de janeiro a abril, o maior reajuste da cesta básica entre todas as capitais do país (22,33%). Em abril, João Pessoa registrou a segunda maior alta com variação de 5,94%, perdendo apenas para Recife (6,55%). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese-PB).
A cesta subiu de R$ 274,64, em março, para R$ 290,96, em abril, com a alta do último mês (5,94%).
Os maiores vilões do acumulado do quadrimestre foram o tomate (100,49%), banana (83,2%) e a farinha de mandioca (60,45%). Já em abril, os alimentos que tiveram maior aumento foram banana (29,16%), tomate (17,66%) e feijão (9,25%).
O supervisor técnico do Dieese-PB, Renato Silva, afirmou que historicamente João pessoa estava entre as cestas básicas mais baratas do país, mas nos últimos meses ela vem perdendo este posto, aumentando o custo de vida dos pessoenses.
Segundo ele, a cada mês há aumento pontual em alguns itens, principalmente os perecíveis.
"A alta de produtos como tomate, banana e feijão tem a ver com a quantidade produzida. Quando a oferta apresenta retração, consequentemente, o preço aumenta”, frisou.
De acordo com Renato Silva as questões climáticas, excesso de chuva em algumas regiões ou seca em outros estados, influenciam o reajuste de preços dos alimentos.
Um exemplo é o tomate, que se tornou, há mais de um mês, o vilão entre os hortifrutis vendidos no Estado e no país. Segundo Silva, não se pode prever que é uma tendência a permanência destes reajustes porque o quadro pode mudar dependendo da quantidade de chuva.
“Não temos como falar em tendência de preço. O tomate, por exemplo, é um produto bastante sensível às variações climáticas, e o maior estado produtor é o de Goiás. Então, não temos como prever como vai ficar o tempo por lá”, disse.
"Tudo está caro", diz consumidor
“Tudo está caro. Não é só o tomate, banana e feijão. O inhame, a cenoura e a batata inglesa também estão com preço muito alto.
Estou vendo que alguns produtos já tiveram preços remarcados hoje”, reclamou a engenheira civil Diogeana Falcão Almeida, que estava em um dos supermercados da capital paraibana. A queixa da consumidora retrata bem a realidade da cidade. O Dieese mostrou que João Pessoa passou da segunda para a sexta colocada entre as capitais brasileiras com cesta básica com menos custo.
A administradora Cássia Araújo também estava fazendo compras ontem e também criticou o preço de alguns produtos. “Muita coisa está cara. Um exemplo que estou percebendo claramente é o valor do ovo e da farinha, que bateram recorde nos últimos meses. O preço do feijão também aumentou. Agora só como o preto que, ultimamente, está mais barato do que o carioca. Outra alternativa é o macaçar”, disse.
Segundo o Dieese, com o valor atual, a cesta básica em João Pessoa representa exatamente 46,65% do salário mínimo. O Dieese aponta ainda que o salário mínimo, em abril, deveria ser de R$ 2.892,47, ou seja, 4,26 vezes o valor em vigor (R$ 678,00) para cumprir com as obrigações necessárias.
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