COTIDIANO
Congresso de Honduras aprova anistia para envolvidos no golpe
Anistia, que inclui Zelaya, foi aprovada pela maioria situacionista. Porfírio Lobo toma posse nesta quarta (27), e deposto deve sair.
Publicado em 27/01/2010 às 8:01
Do G1
O Congresso Nacional de Honduras aprovou nesta terça-feira (26) uma anistia geral, por delitos políticos e comuns, para todos os envolvidos na crise provocada pelo golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya em junho de 2009 -o que inclui o próprio presidente deposto.
A aprovação acontece na véspera da posse de Porfirio Lobo como novo presidente de Honduras e do provável abandono da Embaixada do Brasil por Zelaya, que há quatro meses se abrigou ali, após retornar ao país de maneira clandestina em uma tentativa de reaver o poder.
O decreto favorece Zelaya --acusado de 18 crimes por pretender reformar a Constituição-- e também aqueles que lideraram o golpe de Estado contra ele, em 28 de junho de 2009.
A anistia foi aplicada contra crimes de "traição à pátria, crimes contra a forma de governo (...), contra a segurança do Estado (...), sedição (...), abuso de autoridade e violação dos deveres dos funcionários", acrescenta.
Em um extenso debate, os 71 deputados do Partido Nacional (PN, direita) de Lobo votaram a favor da anistia.
No entanto, os 45 do Partido Liberal (de direita, que com Zelaya passou à esquerda) se abstiveram.
"A reconciliação passa pela anistia (...) Aos que se opõem, que procurem na Bíblia e vejam que é preciso perdoar", disse Lobo.
Mais cedo, a Suprema Corte desconsiderou as acusações de abuso de poder contra seis generais que lideraram o golpe. Segundo o presidente do tribunal, antes e depois de levar Zelaya sob custódia, os acusados tinham informações que sugeriam que o país estava em risco. Jorge Rivera diz que os militares agiram para "preservar a democracia e a república e evitar um banho de sangue".
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