VIDA URBANA
Justiça autoriza entrada de agentes para combater mosquito da dengue em imóveis fechados
inviolabilidade do domicílio é suprimida diante da necessidade de preservação da saúde coletiva.
Publicado em 03/04/2019 às 19:24 | Atualizado em 04/04/2019 às 15:39
![Justiça autoriza entrada de agentes para combater mosquito da dengue em imóveis fechados](https://cdn.jornaldaparaiba.com.br/wp-content/uploads/2019/04/500x700/Agentes-de-sa%C3%BAde_Campina-grande-9.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornaldaparaiba.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2019%2F04%2FAgentes-de-sa%25C3%25BAde_Campina-grande.jpg%3Fxid%3D534113&xid=534113)
Uma decisão da Justiça, expedida pela Vara da Fazenda Pública de Campina Grande, colocou fim na primeira ação impetrada no Judiciário brasileiro para autorizar a entrada de agentes de endemias em imóveis fechados. A ação havia sido elaborada pela Procuradoria Geral do Município (PGM) em 2015, no ápice da proliferação de doenças provocadas pelo mosquito aedes aegypti.
Na época, a Justiça já havia concedido uma liminar autorizando a entrada dos agentes fiscalizadores. Mas ontem, 1º de Abril de 2019, o juiz Eduardo José de Carvalho Soares sentenciou o caso.
A decisão do magistrado “dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde quando verificada situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus da zika”. O magistrado determina, o “ ingresso forçado em imóveis públicos e particulares, no caso de situação de abandono, ausência ou recusa de pessoa que possa permitir o acesso de agente público, regularmente designado e identificado, quando se mostre essencial para a contenção das doenças”.
Saúde coletiva
A ação da PGM teve por base a própria Constituição Federal, que apesar de prever a inviolabilidade do domicílio, admite que esse direito possa ser suprimido diante da necessidade de preservação da saúde coletiva. Como foi a primeira ação deste tipo no Brasil a medida levantou a discussão e impulsionou o surgimento da lei federal 13.301 de 2016.
“A gente fica feliz em poder ter contribuído de forma decisiva para o enfrentamento do problema de saúde pública, que é o mosquito transmissor da dengue. E na época estávamos vivendo uma pandemia de casos de microcefalia e zika e conseguimos, com essa ação pioneira, levantar toda uma discussão nacional”, enfatizou o procurador -geral do município de Campina Grande, José Fernandes Mariz.
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