COTIDIANO
Pesquisadora aposta no cultivo de pitaya para incentivar produção rural no Sertão da PB
Fruta exótica foi trazida à Paraíba por professora, e pode servir como fonte de renda para produtores rurais.
Publicado em 07/03/2021 às 6:30 | Atualizado em 07/03/2021 às 21:23
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Em Catolé do Rocha, Sertão da Paraíba, uma fruta parecida com o nordestino mandacaru pode se tornar uma opção de renda para produtores rurais da região. Originária da América Central e membro da família Cactaceae, a pouco conhecida pitaya encantou uma pesquisadora e tem abrilhantado a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
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No Brasil, o cultivo da pitaya ainda é pouco explorado, com produções concentradas apenas em estados do Sul e Sudeste. E foi justamente durante uma visita ao Rio Grande do Sul, em 2019, que a professora Elaine Rech, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), se apaixonou pela fruta.
Formada em Engenharia Agrônoma, Elaine atua como professora e desenvolve pesquisas na área de sementes e produção vegetal desde 2012. Há cerca de dois anos ela foi visitar a família no sul do país, e a convite de uma professora amiga participou de um ‘workshop’ sobre o cultivo da pitaya.
Antes da viagem, ela conta que conhecia a fruta apenas de vê-la rapidamente em supermercados. Mas foi no workshop que Elaine ganhou um presente: quatro mudas da fruta – o suficiente para dar início ao cultivo de pitaya em pleno Sertão paraibano.
“Eu achava a pitaya uma fruta muito bonita, mas nunca tinha provado. Ganhei as mudas, trouxe pra cá e começamos a multiplicar. Parecia uma quantidade pequena (quatro mudas), mas foi o bastante pra encher o campus da UEPB de pitaya”, disse.
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Agora, são 40 mudas de pitaya florescendo UEPB a fora, no campus IV da instituição, em Catolé do Rocha. O resultado está sendo observado desde dezembro do ano passado, e é fruto do empenho de uma equipe liderada por Elaine e composta por estudantes do Curso Técnico em Agropecuária da UEPB.
O peso, diâmetro e outras questões sobre as frutas estão sendo pesquisadas. Até agora, segundo a professora, todos os indicadores mostram que tanto a forma como é plantada quanto a própria pitaya cultivada na UEPB, pode ser consumida.
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“As avaliações iniciais mostram que nossa pitaya atingiu as condições para comercialização. Ficamos muito felizes, pois conseguimos produzir, gratuitamente, uma fruta que atualmente é encontrada por cerca de R$ 18 reais, o quilo, na região”, comemorou.
Além das mudas plantadas no campus da UEPB, outras foram distribuídas à comunidade acadêmica e na região de Catolé do Rocha. Mas é agora, no mês de março, que o cultivo da pitaya será ampliado para outra região da Paraíba.
É que outras 40 mudas da fruta estão separadas e devem seguir para o Campus II da UEPB, em Lagoa Seca, Agreste paraibano. De lá, a intenção, de acordo com Elaine, é ampliar o plantio e a comercialização de pitaya pra todo o estado.
“Temos interesse em doar mudas pra toda a Paraíba, e além da pitaya, espero trazer outas frutas para o produtor rural paraibano conhecer e plantar. Afinal de contas, nós estudamos e estamos aqui pra isso”, explicou.
Conhecendo a pitaya
Além dos benefícios econômicos, a pitaya também possui vantagens nutricionais. O JORNAL DA PARAÍBA conversou com a nutricionista Mara Almeida, que pontuou os principais benefícios do consumo da fruta para o organismo humano.
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Entre os diversos tipos de pitaya, as mais comuns são a vermelha de poupa branca, a amarela e a vermelha de poupa vermelha (produzida na UEPB). De acordo com a especialista, a fruta é muito rica em nutrientes. A cada 100 gramas, ela possui:
- De 36g a 42g de energia;
- De 7g a 12g de carboidratos;
- Apenas 0,41g de gordura;
- Até 0,12g de acidez;
- De 0,19g a 0,50g de proteínas;
- Até 0,3g de fibra;
- De 11,8g a 12,9g de sólidos solúveis.
A pitaya também contém os minerais cálcio, fósforo, ferro, potássio e zinco, além das Vitaminas C, B1 e E, responsáveis por garantir o pleno funcionamento do organismo.
Mara Almeida também lista os principais benefícios especificamente nutricionais da fruta; são eles:
- Auxilia no emagrecimento: contém fibras, ajuda na saciedade e tem efeito laxante;
- Controla o colesterol: possui ácido linoleico, a chamada ‘gordura boa’;
- Controla o diabetes: estabilizando os níveis de açúcar do sangue, a pitaya inibe picos de açúcar;
- Ajuda a saúde cardiovascular: funcionando como um tônico cardíaco, ajustando a pressão arterial;
- Equilibra o sistema imunológico: é rica em Vitamina C e substâncias antioxidantes;
- Controla as doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
Ainda segundo a especialista, não há restrição ao consumo da pitaya. Atualmente, a literatura nutricional recomenda apenas que a fruta, assim como qualquer outro alimento, seja consumido com moderação.
“Não é porque é um alimento bom que vamos consumir sem limites. Não há restrição, mas deve, sim, existir controle, assim como com todas as outras frutas”, explica.
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*Sob supervisão de Krys Carneiro
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