CONVERSA POLÍTICA
Desafio de Marcelo Queiroga começa no dia em que a tragédia brasileira registra mais de 3.100 mortes por Covid-19
Publicado em 23/03/2021 às 21:42 | Atualizado em 22/06/2023 às 14:08
Por LAERTE CERQUEIRA
O desafio está posto e chegou com um recado trágico: o recorde de mais de 3.100 mortes registradas em 24 horas.
O paraibano Marcelo Queiroga assumiu o Ministério da Saúde longe da imprensa, a portas fechadas, fora da agenda.
Mas, agora, não terá como esconder seus passos e decisões.
Elas são para ontem e a realidade dolorosa de hoje não permite repetir os erros que nos fizeram chegar até aqui.
O cardiologista paraibano começa sob pressão de colegas médicos, secretários de saúde, governadores, prefeitos, banqueiros, chefes de poderes. Esperam alguém que não negue a realidade.
E não negar significa estimular o uso de máscara, o isolamento, o distanciamento, condenar a aglomeração.
É evitar a mentira sobre eficiência do tratamento com remédios que não fazem efeito e, mais do que defender (obviedade para não negacionistas), terá que mostrar que o país será mais ágil na compra de vacina.
A notícia, sabidamente ruim, é que o chefe, o presidente Bolsonaro, só se convenceu de um desses pontos: o da vacina.
Por isso, o pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira (23), focou nos "esforços" para a compra dos imunizantes. Os que demoraram a chegar, que não chegaram e os que têm cronograma incerto.
Bolsonaro percebeu que virando jacaré ou não a maior parte da população brasileira, eleitora em 2022, quer a vacina no braço. Da China, Índia, Inglaterra ou Rússia.
Reunião
Nesta quarta-feira (24), Queiroga tem um primeiro desafio: falar para os líderes do país.
Se estiver ao lado do Bolsonaro, o que o paraibano vai dizer aos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, gestores estaduais, sobre a política de saúde desse o momento, o mais crítico, mais assustador, da nossa tragédia sanitária?
O que ninguém quer é mais do mesmo.
Um Pazuello de jaleco ninguém aguenta mais.
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