PLENO PODER
Justiça aceita denúncia contra Romero Rodrigues que se torna réu na Calvário
Outras três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público.
Publicado em 06/04/2021 às 10:03 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:06
O juiz Alexandre José Gonçalves Trineto aceitou na manhã desta terça-feira (6) a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), no âmbito da Operação Calvário, contra o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, o advogado Jovino Machado, Saulo Ferreira Fernandes e o empresário da Cruz Vermelha do Brasil e delator Daniel Gomes.
>>Ministério Público denuncia Romero Rodrigues e mais três na Operação Calvário
A denúncia indica um suposto pagamento de R$ 150 mil, feito por Daniel Gomes em 2012, que teria como destino a campanha para eleição de Romero à prefeitura de Campina Grande.
Ainda de acordo com a denúncia, os recursos foram pagos com a garantia de que as organizações sociais comandadas por Daniel Gomes assumiriam a gestão na Maternidade Elpídio de Almeida, caso Romero fosse eleito prefeito.
O dinheiro, conforme os investigadores, teria sido pago em duas parcelas de R$ 75 mil.
Os fatos foram relatados na colaboração premiada de Daniel Gomes, já noticiada aqui no Blog.
No documento, o juiz aponta que "há sim prova razoável da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva dos denunciados já mencionados, pois os elementos indiciários apontam para a materialidade e a autoria delitivas dos crimes descritos na denúncia e imputados a cada um dos denunciados, restando nítida a presença de elementos indiciários que afiram crimes voltados a lesar o patrimônio público objetivando o enriquecimento ilícito de pessoas privadas com atuação na gestão pública municipal".
Na decisão, o juiz destaca ainda que "nessa fase processual, não cabe exame aprofundado das provas, algo só viável após a instrução e especialmente o exercício do direito de defesa".
Os acusados têm o prazo de até 10 dias para apresentação de defesas preliminares.
O que dizem os citados
Ao Pleno Poder, Romero disse que ainda não foi ouvido sobre o caso e que vai esperar pela notificação da Justiça. Ele destacou que não solicitou os recursos indicados na denúncia e lembrou que a prefeitura de Campina Grande, sob sua gestão, não teve contratos com organizações sociais investigadas na Operação Calvário.
O blog ainda não conseguiu contato com os demais denunciados pelo Ministério Público. Mas o espaço está, claro, aberto.
Por Iara Alves
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