ECONOMIA
Cariri de ouro: histórias de quem ignora o estigma da seca
Eles apostam na caprinocultura como uma das saídas possíveis para vencer a falta de chuvas própria do Semiárido. O resultado são empreendimentos inspiradores
Publicado em 19/10/2015 às 16:42
O sonho do casal tem raízes fortes contrastando com a degradação típica dos solos do Cariri paraibano. Filhos de agricultores, ambos nasceram no município de Santo André. Ali viveram até a adolescência quando seus caminhos tiveram sentidos opostos. Ela foi para Campina Grande, onde estudou Direito; ele para o Rio de Janeiro, onde trabalhou sobretudo como pedreiro. Em 2010, no entanto, voltaram para a terra natal, ambos a passeio, e foi ali que se conheceram: na Festa do Bode na Rua, em Gurjão.

Darimagda e Ilton se conheceram na Festa do Bode na Rua, em Gurjão; casaram-se seis meses depois e hoje colecionam prêmios com caprinos (foto: Rizemberg Felipe)
O encontro de Darimagda e Ilton não foi à toa. Os dois já tinham o sonho, desde cedo, de trabalhar com cabras. Conheceram-se no local onde mais tarde iriam ganhar prêmios: hoje colecionam 13 conquistados na Festa do Bode na Rua. Dois em 2012, 10 em 2013 e um em 2014. Os prêmios foram conquistados pela qualidade das cabras: seja porque tinham a melhor cabra leiteira, seja pela melhor 'conformação de úbere' (ou seja, as tetas) da cabra.
O rebanho começou com 15 cabras apenas para fornecer leite. As dificuldades para manter os animais e também para entregar o produto, no entanto, fizeram o casal inovar. Resolveram passar a produzir queijos artesanais, dos mais diversos sabores: tem queijo de vinho, de orégano, de pimenta e, também, de ervas próprias da região, como é o caso do camuru e do marmeleiro. Do sonho inicial, tornaram-se empreendedores, com muita inovação. Hoje, já têm 23 matrizes leiteiras (ou seja, que estão em período de lactação) e mais 17 cabritas no rebanho.

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