O que é poligamia? Entenda modelo de relacionamento que chama atenção de Juliette

Desde que Juliette falou sobre seu interesse em viver a poligamia, na última edição do programa “Saia Justa Verão 2023”, o assunto voltou a bombar nas redes sociais.

Segundo a paraibana, ela já propôs a poligamia a ex-parceiros, mas nunca chegou a viver isso de fato. “Nunca aceitaram. Estou solteira agora e queria experimentar. Acho que ia sentir ciúmes, mas eu nunca vivi e queria viver (a poligamia).”

O tema está em alta e com dois participantes do BBB 23, Fred Nicácio e Aline Whirley, vivendo casamentos abertos, muitas dúvidas surgem sobre esse estilo de se relacionar. Veja abaixo o que é a poligamia e tire dúvidas comuns sobre o tópico.

Prática ancestral

O termo poligamia é uma palavra grega que significa “a prática de múltiplos casamentos”. Segundo o psicólogo Fabricio Oliveira, a poligamia é uma união conjugal entre um casal com outra ou mais pessoas ao mesmo tempo. O modelo é aceito por algumas sociedades e religiões como o Islamismo - que permite a prática há séculos.

"Era praticada inclusive pelo profeta Maomé, e até hoje é adotado em países muçulmanos, regulado até mesmo pelo Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, que permite que o homem tenha, no máximo, quatro esposas", disse o psicólogo. 

Apesar disso, poligamia não significa falta de compromisso ou simplesmente estar solteiro. A prática também não é relacionada a  amantes ou adultério.

Fabrício ressalta que a regra no sistema da poligamia é que todos os envolvidos têm consciência do sistema em que estão e que, inclusive, é permitido pela legislação de alguns países, como a Índia, Filipinas, Singapura, Malásia e Sri Lanka, para mulçumanos. 

Tipos de poligamia

O psicólogo explica que existem três tipos de poligamia:

• Poliginia - um homem com duas ou mais mulheres;
• Poliandria - uma mulher com dois ou mais homens;
• Poligamia grupal - vários homens e/ou várias mulheres. Inclui relações homoafetivas.

"Todos os 3 tipos são encontrados na África, por exemplo", pontua.

Ciúmes e amadurecimento

No ponto de vista psicológico, Fabrício ressalta que é importante para uma pessoa adepta a poligamia o trabalho da calma, do ciúmes e da empatia: "Tem que ter uma personalidade para facilitar harmonia entre todos, assim as relações são amenas e sem muitos danos psíquicos", explica.

Essas características podem frutificar bastante uma relação poligâmica e mostrar à uma sociedade monogâmica que, com um entendimento maduro e relacional, a convivência pode seguir sem abalar nenhum participante, nem criar danos psíquicos.

"Sabemos que a maioria das separações de casais são de traições, e nos autores do gênero masculino, seus desejos não conseguem ser controlados. O machismo desperta essa face. As mulheres por outro lado, também despertam desejos por outros homens, mas a maioria tende a controlar", sinaliza o psicólogo sobre a monogamia.

Caso as pessoas dentro da relação consigam essa harmonia, o amor pode acontecer de forma intensa: "elas aprendem a serem verdadeiros e saberem o que querem para suas vidas".

Machismo x Poligamia

Em uma sociedade predominada de machismo estrutural, na maioria dos adeptos de poligamia encontramos o estilo da poliginia: um homem com várias mulheres.

Por exemplo, na Paraíba, um modelo e influenciador ficou famoso por viver com seis mulheres. Arthur, o Urso, vive em João Pessoa com todas elas, porém, como a legislação não permite, é casado no papel apenas com uma das "esposas".

O influenciador ainda diz que todas as esposas têm liberdade de se relacionar com outras pessoas, mas isso ainda não aconteceu.

"O homem aceita mais dividir sua relação com outras mulheres, do que ele ser mais um na relação. Seu orgulho fala mais alto. Se olharmos para a sociedade monogâmica, temos viúvas de 20, 30 ou mais anos que se fecharam para a relação depois da viuvez. Já os homens viúvos continuam solteiros. Os próprios filhos fazem de tudo para que esse viúvo se case ou tenha algumas aventuras. Já o contrário, enxergam a mãe viúva como uma santa intacta, que jamais terá relações, condenando a idosa à uma viuvez eterna", ressalta.

Ao longo dos anos a psicologia vem estudando comportamentos relativos à poligamia, focando na saúde mental das mulheres e fatores de risco existentes, como o predomínio de situações de violência emocional e física pelo esposo – alerta o psicólogo.