icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Indisponibilidade de água está entre os desafios enfrentados por CG

Situada a 551 metros acima do nível do mar, Campina só conta com o curso de riachos, o que é considerado um entrave para seu desenvolvimento. 

Publicado em 11/10/2015 às 11:30

Campina Grande, a cidade da inovação, das grandes ideias colocadas em prática e do pioneirismo, é também uma cidade que amarga um desafio que há mais de 150 anos não consegue superar: a indisponibilidade de água. Por estar situada a 551 metros acima do nível do mar, no Planalto da Borborema, Campina só conta com o curso de riachos e essa realidade hidrológica sempre foi apontada por muitos como um dos entraves para o desenvolvimento da cidade. Pauta recorrente nos dias atuais, assim como já foi em décadas anteriores, não foram poucas as tentativas realizadas para se garantir o abastecimento de Campina diante dos prolongados períodos de estiagem que, de tempos em tempos, corrói as esperanças e muda a rotina dos moradores da cidade.

Em livro póstumo lançado recentemente, o professor Stenio Lopes já sintetizava a saga da Rainha da Borborema em uma pequena sentença: “A água, sempre a água...”. De quando a cidade começou a se desenvolver até os dias de hoje, esse parece ser um desafio incapaz de superarmos, notável pela lista de reservatórios a que já recorremos em busca do precioso líquido.

“A gente sempre vive em crises por causa da indisponibilidade de água e sempre procuramos a mesma solução: aumentar a oferta. Fizemos isso ao construir o açude Velho, em 1828, dois anos depois, o açude Novo, também construímos o açude de Bodocongó. Sendo insuficiente, partimos para buscar água em Puxinanã; anos mais tarde no açude Vaca Brava, em Areia, e a crise novamente chegou. A água ainda não foi suficiente, e então foi construído o açude de Boqueirão, em 1957, mas o fantasma da falta de água sempre aparece, porque essa é a realidade do semiárido”, relatou o professor e geógrafo Franklyn Barbosa de Brito.

Açude de Bodocongó foi um dos recursos usados para driblar indisponibilidade de água. (Foto: Junot Lacet Filho)

Segundo Franklyn, esse histórico de tentativas mostra que a solução não é aumentar a oferta, e sim gerir o recurso da forma adequada, coisa que não foi feita porque, de acordo com ele, sofremos de uma ‘amnésia de inverno’. “Quando chove, as chuvas afogam os problemas e achamos que estamos vivendo em um oásis”, critica o professor. Nos 58 anos desde a sua inauguração, em 1957, o açude Epitácio Pessoa sangrou 12 vezes, a última delas, em 2011. De lá até aqui, Campina Grande já passou por três severos racionamentos, o mais crítico deles foi em 1999, quando o reservatório chegou ao menor volume da história, 14,9%. Entretanto, essa crise parece não ter sido pedagógica e mais uma vez, estamos diante do mesmo problema, e em proporções ainda maiores.

Há décadas se debruçando sobre o tema, o professor da Universidade Federal de Campina Grande e especialista em engenharia de Recursos Hídricos, Janiro Costa Rêgo, foi enfático na seguinte sentença: “Se hoje nós enfrentamos problemas é porque a gestão não foi feita, ou foi feita de forma inadequada e ineficiente. A água que se dispõe e o uso que fazemos dela tem que ser bem administrado de acordo com as prioridades, e a principal delas, é o abastecimento humano das populações”.

Conforme o especialista, esse panorama está traçado na Lei das Águas do Brasil, mas não é posto em prática. “Gerir adequadamente um manancial inclui o controle das demandas urbanas, evitando consumo excessivo, a limitação da irrigação, o controle da construção de novos reservatórios, além do monitoramento adequado da bacia hidrográfica, do reservatório e do uso da água”, pontuou, ao complementar que essa é a única solução capaz de evitar as sucessivas crises de abastecimento em Campina Grande.

Futuro de CG depende da transposição e da conclusão da barragem de Camará
Para o gerente regional da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Simão Barbosa, toda a atenção foi dada à rede de abastecimento de Campina Grande, mas o aumento da população e das cidades abastecidas pelo manancial geraram um estrangulamento da capacidade do açude que só será solucionada com a conclusão das obras da transposição do rio São Francisco e também da barragem de Camará, que voltará a abastecer a região do Brejo.

“A transposição vai chegar ao açude Poções, em Monteiro, e vai encontrar toda a estrutura de adutoras e de sistemas interligados. É necessário planejamento, o reforço na rede de abastecimento de Campina Grande está sendo feito e assim poderemos dizer que vamos ter uma autonomia hídrica. Além disso, a conclusão da barragem de Camará e sua posterior recarga de água vai desafogar o sistema e aliviar açude de Boqueirão, equilibrando o consumo de Campina Grande e das demais cidades”, apontou o gerente.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp