COTIDIANO
Idosos desaparecidos em Sapé: entenda como o crime aconteceu e quem está preso
O caso é tratado como elucidado e já tem três presos, um mandante e dois executores, de acordo com a Polícia Civil.
Publicado em 20/09/2025 às 7:17

Dois idosos, identificados como Célia e Nelson Honorato, foram brutalmente mortos na cidade de Sapé, na Zona da Mata paraibana. De acordo com a Polícia Civil, o mandante do crime, um homem que se passava por um falso corretor de imóveis, e dois executores, foram presos.
O caso ganhou muita repercussão na Paraíba pela forma como o crime aconteceu e pelas intenções do homem apontado como mandante pela polícia. Um falso corretor de imóveis, que agiu por interesse na casa das vítimas. O Jornal da Paraíba separou as principais informações, a cronologia do crime , e tudo que se sabe até o momento.
O desaparecimento do casal de idosos
De acordo com a Polícia Civil, Célia e Nelson Honorato desapareceram em 18 de agosto. O delegado Márcio Pereira informou que nesse dia ocorreu o assassinato de ambos.
Conforme as investigações, Ailton Emanuel tinha uma procuração para vender o imóvel do casal em Sapé, já que ambos tinham o intuito de deixar a cidade e morar em João Pessoa, juntos ao seu filho de 27 anos, que tem autismo.
Durante o processo de venda da casa, Ailton, que se apresentava como corretor de imóveis, chegou com Nicolas Jefferson, de 19 anos, suspeito de executar a morte dos idosos, e o identificou como alguém que estava interessado em alugar uma casa nos fundos do imóvel das vítimas para poder entrar na casa.
Ao receber a visita de Ailton e de Nicolas, Nelson Honorato levou ambos para vistoriar o imóvel. Nesse momento, Nicolas desferiu um golpe com um martelo na cabeça do idoso, mas não conseguiu concluir. Então, Ailton Emanuel teria terminado a execução, atingindo o idoso com pelo menos 10 golpes de martelo.
Posteriormente, Célia, que não estava em casa durante a morte do marido, pois realizava uma consulta de saúde, foi também assasinada. De acordo com a polícia, Ailton disse que o marido dela estava com um potencial inquilino e pediu para que ela fosse aos fundos da casa. Ao chegar lá, Nicolas também desferiu marteladas na cabeça da idosa, que morreu.
O filho das vítimas, um jovem com autismo de 27 anos, foi trancado no quarto pelos suspeitos.
Após a morte do casal, Ailton e Nicolas levaram os corpos para uma área de mata, onde foram enterrados estando enrolados por cobertores. Ao ser preso, no dia 17 de setembro, Nicolas confessou o crime e apontou Ailton, que tinha sido detido antes, como mandante.
Martelo emprestado foi utilizado como arma do crime
A Polícia Civil encontrou um martelo usado para matar o casal de idosos que desapareceu em Sapé. O delegado disse ao Jornal da Paraíba que o suspeito pegou o martelo emprestado em uma macenaria, alegando que seria para fazer um serviço em casa.
O suspeito foi encontrado em uma clínica de reabilitação, em Campina Grande, onde foi preso.
Filho do casal de idosos em Sapé sofreu tentativa de assassinato
Durante o assassinato dos pais, o filho de 27 anos ficou preso em um dos quartos do imóvel que Ailton tentava vender. No dia 22 de agosto, o jovem, que também é autista, disse que foi informado pelo falso corretor, que seria levado até o hospital para visitar os pais, que estariam doentes.
No entanto, foi deixado em uma área de mata onde foi agredido com marteladas e chegou a fingir que estava desacordado para que o agressor parasse de golpeá-lo. Enquanto a Polícia Militar realizava uma ronda pela região, o jovem foi encontrado ensanguentado.
Um outro homem, de 25 anos, que também está preso, confessou ter sido o autor da tentativa de homicídio do jovem e disse que foi contratado pelo suposto corretor de imóveis para matar o filho do casal desaparecido.
Falso corretor foi preso na Bahia

Ailton Emanuel, apontado como mandante da execução de um casal de idosos e uma tentativa de homicídio contra o filho deles, em Sapé, ajudou a matar uma das vítimas. A informação foi compartilhada pelo delegado Márcio Pereira, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (19).
A PRF encaminhou o suspeito para a delegacia da Polícia Civil na cidade de Jaguaquara, onde o homem passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida. Dias depois ele foi transferido para a Paraíba, onde está preso. Uma equipe de policiais de Sapé foram os responsáveis pela transferência do suspeito para a cidade.
O homem também é alvo do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB) pela suspeita de exercer irregularmente a profissão de corretor de imóveis.
Em nota, o Creci-PB afirmou uma equipe de fiscalização foi enviada ao município e, após consulta aos sistemas internos do Conselho, foi confirmado que o investigado não possui registro profissional.
Ainda segundo o Creci, as medidas legais cabíveis serão adotadas junto às autoridades competentes, com o objetivo de resguardar a sociedade e proteger a profissão.
Casal ainda não teve corpos identificados
Dois corpos em avançado estado de decomposição foram encontrados em uma área de mata em Sapé. Esses corpos estão no Instituto de Polícia Científica de Guarabira, cidade da região de Sapé, e passam por exames para saber se são do casal de idosos. A Polícia Civil acredita que sim.
Foi colhido, no dia 11 de setembro, o material genético do filho do casal desaparecido em Sapé, para comparar com os corpos encontrados na zona rural da cidade. A coleta foi feita no Instituto de Polícia Científica (IPC) de Guarabira.
Segundo informações do IPC, o material foi coletado via swab e será comparado com a arcada dentária do corpo do sexo masculino, bem como um fêmur do corpo do sexo feminino.
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