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COTIDIANO

Comando Vermelho x Okaida: entenda guerra entre facções criminosas na PB

Grupo do Rio de Janeiro cooptou dissidentes da facção paraibana para se articular no estado. Comando Vermelho foi alvo de operação.

Publicado em 05/10/2025 às 8:00


				
					Comando Vermelho x Okaida: entenda guerra entre facções criminosas na PB
Ônibus foi queimado em João Pessoa para CV tentar derrubar facção rival - Foto: Reprodução/TV Cabo Branco.

Uma operação prendeu 24 pessoas e bloqueou cerca de R$ 125 milhões da facção criminosa Comando Vermelho na Paraíba, na terça-feira (30). Conforme as investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) a organização criminosa que tem origem no Rio de Janeiro se articula na Paraíba a partir de uma dissidência de um grupo local, a Okaida.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, atualmente o Comando Vermelho trava uma guerra com a Okaida, por um consolidação de domínio territorial e tentando estabelecer um "monopólio sobre o lucrativo mercado do tráfico de drogas".

Segundo a Polícia Civil, a disputa entre as facções é responsável pelo aumento do número de mortes violentas no estado, principalmente na Grande João Pessoa. Apenas no ano de 2023 houve um crescimento de quase 400%

Conforme a Polícia Civil, a facção do Rio de Janeiro tem ramificações principalmente em Cabedelo, Campina Grande e Bayeux.

O chefe da facção criminosa Comando Vermelho na Paraíba é o traficante Flávio de Lima Monteiro, mais conhecido como “Fatoka”. Ele foi alvo da operação, mas permanece foragido. Pelo menos dez mandados de prisão estão em aberto contra ele por diversos crimes.

O grupo monitorava policiais, inclusive, por um sistema de câmeras de segurança, onde os principais chefes da organização, desde o Rio de Janeiro, acompanhavam as ações policiais.

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Como surgiu o Comando Vermelho na Paraíba

De acordo com a inteligência da Polícia Civil, a origem do Comando Vermelho na Paraíba remete à criação da facção Okaida.

A Okaida surgiu entre 2005 e 2006 no sistema prisional da Paraíba, formada a partir da articulação de detentos em torno de chefes que estruturaram uma organização hierárquica voltada para práticas criminosas.

Naquela época, a facção estabeleceu uma aliança com o Primeiro Comando da Capital (PCC), com origem no estado de São Paulo, visando ao fornecimento de drogas para distribuição na Paraíba.

Essa parceria criminosa, no entanto, foi rompida em 2010, após conflitos internos entre os dois núcleos que resultaram em uma série de homicídios em João Pessoa, especialmente no Bairro São José.

Com a ruptura do vínculo com o PCC, a Okaida passou a se aproximar do Comando Vermelho e também do Sindicato do Crime (SDC) do Rio Grande do Norte, facção alinhada ao CV.

Essa nova rede de alianças marcou um período de expansão da influência da Okaida. Mas, novamente, entre 2016 e 2017 a relação com o CV enfraqueceu, abrindo espaço para que o Sindicato do Crime se tornasse o principal fornecedor de drogas para a facção paraibana.

Esse cenário gerou problemas internas e levou a uma cisão, dando origem à facção dissidente, chamada de “Okaida RB”, liderada por Robson Machado de Lima, conhecido como Ró Psicopata, e José Roberto Batista dos Santos, chamado de Betinho, cujas iniciais de ambos deram nome à nova estrutura.

A existência dessa dissidência da Okaida foi breve. Durante um curto período, Ró Psicopata buscou reaproximação com o Comando Vermelho, negociando com figuras como Marcinho VP e Elias Maluco, o que acabou gerando insatisfação entre alguns integrantes da facção.

Como consequência disso, os dois chefes, tanto Ró quanto Betinho, foram destituídos e, em meados de 2019, o grupo passou a se chamar Nova Okaida, sob a liderança de Francinaldo Barbosa de Oliveira, conhecido como Vaqueirinho.

Dirigentes da antiga Okaida foram cooptados por chefes do Comando Vermelho do Rio


				
					Comando Vermelho x Okaida: entenda guerra entre facções criminosas na PB
Dirigentes da antiga Okaida foram cooptados por chefes do Comando Vermelho do Rio - Foto: TV Cabo Branco.

De acordo com as investigações da polícia, apesar das mudanças de nome e comando, a facção sempre manteve um conselho deliberativo como estrutura central para organização interna, formado por membros com representatividade em diferentes regiões da Paraíba.

No início de 2023, o Comando Vermelho do Rio de Janeiro percebeu uma oportunidade para cooptar antigos integrantes da Okaida, trazendo alguns de seus chefes ao Rio de Janeiro para fortalecer os laços com a cúpula da organização. Essa estratégia visava consolidar a hegemonia do CV no estado e conquistar o monopólio do tráfico de drogas na Paraíba no estado.

Um dos nomes cooptados foi o de Flávio de Lima Monteiro, conhecido como “Fatoka”, atualmente foragido no Complexo do Alemão com outros suspeitos de participarem da organização.

Ônibus foi queimado em João Pessoa para CV tentar derrubar facção rival

Segundo as investigações da Polícia Civil, um episódio prático que demonstra a tentativa de ganho de poder do Comando Vermelho na Paraíba é a queima de um ônibus, em João Pessoa, em julho de 2023.

Naquela ocasião, integrantes do CV incendiaram o veículo no bairro Padre Zé, com objetivo de atribuir, de maneira falsa, a responsabilidade pelo atentado para a Nova Okaida, que já tinha os antigos chefes integrando a organização de fora do estado.

Como intenção subjacente, a polícia apontou que o incêndio no ônibus também queria fazer com o que o líder da facção rival, o Vaqueirinho, fosse para o sistema prisional federal. A polícia aponta que internamente a organização achava que essa transferência faria com que o chefe da Nova Okaida não conseguisse comandar a organização de dentro do presídio.

Facção monitorava policiais remotamente

A facção monitorava policiais através de câmeras remotamente, direto do Rio de Janeiro, onde o chefe da organização, Fatoka, está foragido, conforme a Polícia Civil.

Segundo as investigações, as câmeras eram instaladas em postes, árvores e até em casas de moradores em Cabedelo. Em relação às câmeras instaladas em residências, a polícia informou que os residentes eram obrigados a aceitar a instalação do equipamento mesmo a contra gosto.

O monitoramento acontecia para “antecipar” ações da polícia em locais em que a facção criminosa tinha pessoas realizando eventuais crimes. Fatoka e outros integrantes da organização tinham acesso a essas câmeras, remotamente, desde o Rio de Janeiro, e avisaram os suspeitos na Paraíba sobre as ações.

Além disso, a facção usava as câmeras para monitorar outras ações de grupos criminosos rivais e também antecipar eventuais ações que surtiriam efeito negativo para a organização.

De acordo com a polícia, tanto o chefe da organização criminosa quantos outros suspeitos estão foragidos no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro.

Também foi apontado que as câmeras foram diversas vezes instaladas e retiradas pela própria polícia ao longo dos últimos tempos. No entanto, os suspeitos tornavam a colocar o monitoramento outras vezes.

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Jornal da Paraíba

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