VIDA URBANA
CRM aponta falta de médico no Isea
Após fiscalização, CRM afirmou que o quadro médico é insuficiente para atender à demanda de cerca de 600 pacientes por mês.
Publicado em 23/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/01/2024 às 11:56
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) constatou déficit no quadro de médicos do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande. O problema foi apontado em relatório de fiscalização entregue ontem ao promotor da Infância e da Juventude, Herbert Targino.
A fiscalização na unidade hospitalar ocorreu após solicitação atendendo à solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), para apurar denúncias feitas à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, apontando problemas no atendimento prestado pela maternidade. Dentre outras falhas, o CRM afirma que o quadro médico seria insuficiente para atender à demanda de cerca de 600 pacientes por mês.
Conforme o documento, a maternidade dispõe de quatro obstetras de plantão por turno, quando o ideal seria que houvesse, no mínimo, seis profissionais. Ainda em relação ao quadro de médicos, o CRM verificou que há apenas um neonatologista de plantão na sala de parto, local em que deveria haver pelo menos mais um profissional para evitar a sobrecarga de trabalho.
O relatório aponta ainda outros problemas, como ausência de plantonista na unidade de cuidados intermediários, falta de insumos na UTI neonatal, bem como a não realização de ultrassonografia durante os finais de semana. A inspeção foi realizada no final de março e antecedeu a investigação aberta pelo MPE para apurar as 45 mortes de bebês ocorridas este ano no Isea, número considerado alto e acima dos padrões nacionais.
Segundo o diretor de fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, tais problemas já vêm sendo apontados em vistorias anteriores. “Nós sabemos que o Isea tem um número de atendimentos elevados e isso indica a necessidade de recursos humanos na mesma proporção. Apesar disso, precisamos avaliar também o conjunto, pois há problemas que se arrastam desde o pré-natal e, como não são resolvidos, acabam desaguando no Isea e nos profissionais que lá atuam”, afirmou.
Ao falar sobre o relatório, a diretora do Isea, Marta Albuquerque, disse que a maternidade já colocou um quinto obstetra de plantão e negou que não haja plantonista na unidade de cuidados intermediários. Sobre o déficit de neonatologistas, ela disse que mais profissionais não foram contratados porque não há pessoas disponíveis no mercado. Ela também negou que não haja realização de ultrassonografias nos finais de semana e informou que os insumos que faltam na UTI neonatal já foram comprados e devem chegar hoje à maternidade.
O promotor Herbert Targino disse que assim como o CRM, vai estabelecer um prazo de 30 dias para que a maternidade apresente soluções.
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