Inadimplência cai 70% em JP

O pagamento antecipado da parcela do 13º do setor público e a necessidade de compras a prazo para o São João provocaram queda de 70,9% na inadimplência em João Pessoa. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostram que 2,428 mil consumidores foram incluídos em junho deste ano, enquanto no ano passado o número chegou a 8,368 mil.

Apesar da queda no índice de devedores, as informações apontam uma redução na quantidade de reabilitações de crédito se comparados os meses de junho deste ano sobre o ano passado. O número de exclusões do SPC caiu 31,6% na capital em junho. Apenas 1,764 mil pessoas tiveram seus nomes regularizados após quitarem suas dívidas. Em junho de 2011 foram 2,581 mil.

Entre maio e junho deste ano, João Pessoa também apresentou uma diminuição de 21,7% no número de novos devedores, uma vez que maio registrou um total de 3,103 mil inclusões na lista do SPC. Quanto às exclusões, o mês de maio somou 1,874 mil reabilitações de crédito (redução de 5,8% no último mês).

De acordo com o diretor do SPC, Lindembergh Vieira, a inadimplência na capital também caiu no acumulado do primeiro semestre do ano. De janeiro a junho de 2012, 15,300 mil pessoas foram incluídas no SPC, apresentando uma redução de 38,3% no número de devedores se comparado ao mesmo período do ano passado (24,819 mil inclusões).

Apesar disso, o índice de reabilitações de crédito de janeiro a junho deste ano também apresentou uma queda considerável, atingindo um percentual de 40,4%. Neste ano, 10,527 mil pessoas limparam seus nomes, enquanto o primeiro semestre de 2011 somou 17,664 exclusões.

Os dados demonstram uma redução na inadimplência na capital tanto no acumulado do ano quanto no último mês, fato visto com bastante otimismo por Lindembergh, que acredita que o segundo semestre do ano deverá ser marcado por um cuidado maior dos consumidores no momento das compras. “Acho que os próximos meses serão marcados pela precaução do consumidor. A queda na inadimplência no último mês já é uma prova disso e esperamos que isso só se acentue no próximo semestre. Está evidente que a população está cada vez mais alerta a respeito dos altos juros cobrados pelos bancos e de como evitar dívidas futuras”. Apesar disso, o número de reabilitações de crédito ainda não é o ideal e isso se deve a um fator muito simples. “Muita gente compra mais do que pode sustentar em prazos muito longos, de 12 ou 24 meses, e isso só mantém o consumidor preso aos juros abusivos dos cartões de crédito e dos cheques especiais. Há taxas praticamente impossíveis de pagar e se a população não tem essa consciência de consumir com moderação fica realmente muito complicado”, diz o diretor do SPC.

Para o presidente da CDL-CG, Tito Motta, é importante uma educação financeira apropriada para evitar novas dívidas. “Os consumidores em geral precisam ter cautela na hora das compras. Os limites elevados de muitos cartões de crédito tendem a tornar as pessoas compulsivas".