ECONOMIA
Cidades da PB podem se beneficiar de fábrica
Empreendimento deverá incrementar a economia de Estados próximos a Pernambuco; serão gerados 4.500 empregos diretos e 15 mil indiretos.
Publicado em 07/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 12:12
A fábrica da Fiat, instalada na cidade de Goiana, Pernambuco, deverá começar a funcionar em 2015 e irá gerar 4.500 empregos diretos e 15 mil indiretos. Há postos abertos para trabalhadores de todo o país, tanto de nível médio como superior. O investimento na fábrica de automóveis será de R$ 4 bilhões e mais R$ 500 milhões para a indústria de motores . Além disso, o empreendimento deverá incrementar a economia de Estados próximos a Pernambuco, mas só terá uma fatia deste aquecimento quem estiver estruturado.
A informação foi de Roberto Baraldi, gerente de comunicação corporativa da indústria que visitou ontem a cidade de João Pessoa. Segundo ele, esta será a fábrica mais moderna do Grupo Fiat Brasil no mundo, que, segundo ele, já nasce com o conceito de “World Class Manufacturing”, ou seja, de excelência.
Quanto às vagas ofertadas, os pretensos candidatos podem fazer seus cadastros e enviar currículos através do site www.fiat.com.br . “Por definição, qualquer vaga de trabalho está aberta para qualquer pessoa capacitada. Não respeitar isso é um ato de discriminação. As pessoas têm o direito de participar deste processo independente de onde tenham nascido”, afirmou Baraldi.
A capacidade instalada da Fiat-PE será de 250 mil unidades/ano e o empreendimento espera alcançar uma capacidade de 200 mil unidades/ano. Ainda é um mistério sobre os modelos de carros que serão criados em terras pernambucanas mas segundo Baraldi, haverá um aumento no leque de opções para atender clientes de todas as camadas sociais. Segundo ele, há um novo perfil da classe média que está pedindo carros mais potentes e com cores vibrantes.
Baraldi afirmou que a Fiat pernambucana traz um diferencial porque é uma fábrica integrada, ou seja, possui todas as etapas de produção de um automóvel. Além disso, possui em seu terreno 14 fornecedores instalados. “Na outra fábrica os fornecedores estão dispersos e por conta disso a Fiat compra cerca de 70% dos seus suprimentos num raio de até 130 quilômetros distante do empreendimento”, disse Baraldi.
De acordo com ele a proximidade com os fornecedores reflete em ganho de produtividade, porque permite que a empresa opere através do sistema 'just in time' e 'just in sequence'. “Isso é, você não precisa ter estoque de nenhum componente. Esse fator gera uma vantagem competitiva muito grande, porque quando você elimina os estoques abre imensas áreas na fábrica, permitindo a instalação de novas linhas de montagem, transformando as áreas de estocagem em espaços de produção”explicou.
O gerente de comunicação corporativa da Fiat disse ainda que a escolha por Pernambuco ocorreu por causa da localização estratégica e da política de atração de investimentos que o Estado apresenta.
Quando analisa o mercado nacional, Baraldi afirma que o Brasil é o quarto maior mercado automotivo do mundo, com 200 milhões de habitantes e 35 milhões de carros. “Temos um veículo para cada seis habitantes e na Argentina é um para cada quatro e na Europa é um para cada dois. Nos Estados Unidos esta proporção é um para cada um vírgula dois habitantes”.
Baraldi frisou que a Fiat pretende fazer uma proposta atraente de valores de seus produtos de modo que possa, com o investimento de Pernambuco mais a ampliação que está fazendo em Betim, aumentar a capacidade instalada da indústria no Brasil em 2015 para 1,2 milhão por ano.
CADEIA PRODUTIVA FOMENTA REGIÃO
O diretor de comunicação corporativa da Fiat, Roberto Baraldi, afirmou que quando se instala um empreendimento deste porte em uma região, o efeito econômico não fica restrito à geografia onde ele está situado, “mas se propaga numa área muito grande, abrangendo todos os setores da economia”. De acordo com ele, o governo da Paraíba e Pernambuco estão atentos a este fato e já se preocupam em investir na qualificação de mão de obra.
“A cadeia automotiva não se esgota na cadeia de fornecedores. Depois que você compra um carro você necessita de postos de abastecimentos, seguradoras, financeiras e outros segmentos. Então isso ativa praticamente toda a economia da região.
Porque se você injetar um pouco de demanda na indústria automotiva você aciona uma grande cadeia de outros setores”, frisou.
Apesar de não haver nada firmado concretamento com o governo paraibano, Baraldi afirmou que há um diálogo constante. “O Estado está muito atento a este processo. Ele tem conversado com algumas empresas de autopeças e o diálogo é constante. Temos observado uma sadia mobilização do governo da Paraíba para estabelecer vetores de desenvolvimento para poder aproveitar este movimento econômico positivo que vem com a Fiat”, frisou.
Baraldi afirmou que os 14 fornecedores que irão trabalhar diretamente nas instalações da indústria vão dispor de 14 itens importantes. Apesar das oportunidades de crescimento, o diretor de comunicação corporativa da Fiat alertou que só terá direito a esta promessa de crescimento quem estiver preparado. Ele já projeta, com a vinda da indústria, um desenvolvimento no litoral sul paraibano.
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