COTIDIANO
Delegada vê indícios de homofobia na morte do professor em Campina
Em entrevista, Cassandra Duarte revelou: modo como professor foi agredido levanta indícios de homofobia. Dois suspeitos seriam irmãos. Outros dois são procurados.
Publicado em 12/07/2011 às 11:34
Karoline Zilah
Com informações de Denise Delmiro, da TV Paraíba
A delegada de Homicídios Cassandra Duarte acredita que, pela forma como o professor Valderi Carneiro Santos, de 44 anos, foi assassinado, o crime pode ter tido uma motivação homofóbica. O assassinato aconteceu no último sábado (9) em uma pousada no Centro de Campina Grande.
Conforme a Polícia Civil, dois adolescentes de 16 e 17 anos teriam entrado no quarto acompanhando o professor de Português, e outras duas pessoas - sendo um adulto e um menor de idade, de 15 anos - teriam passado a noite com o grupo, primeiro em um trailer de lanches no bairro da Liberdade e depois em um bar próximo ao Açude Novo.
Todos os suspeitos já foram identificados, mas ainda não se apresentaram à polícia. Dois deles são irmãos. Todos são jovens de classe média e moram no bairro Jardim Paulistano. Os pais estão colaborando com as investigações e disseram que recebem telefonemas constantes dos filhos, mas eles fugiram e não teriam revelado onde estão.
Veja imagens de momentos que antecedem o crime.
Em entrevista coletiva na Central de Polícia na manhã desta terça-feira (12), a delegada revelou alguns detalhes sobre o crime. Segundo ela, o fato de Valderi ser homossexual já era de conhecimento do círculo social dele. A forma como a vítima foi agredida e estrangulada até morrer é o que fortalece a hipótese de que os assassinos tenham agido com algum tipo de preconceito.
A outra suspeita é de que os adolescentes tenham combinado algum valor com ele para fazer um 'programa sexual'. O preço pode não ter sido pago, o que teria motivado a revolta dos rapazes contra o professor.
De acordo com a perícia feita pela Unidade de Medicina Legal (UML) de Campina Grande, o professor também sofreu cortes pelo corpo, possivelmente provocados por golpes com latas de cerveja 'rasgadas'.
Segundo a polícia, depois de matarem o professor, os acusados se encontraram com os outros dois rapazes que estavam com eles no bairro da Liberdade. Os quatro roubaram a chave de sua residência, no bairro do Catolé, e foram até o local em um carro preto. O grupo tentou levar um compuador, mas não conseguiu roubar o aparelho porque acabou sendo flagrado pela mãe da vítima.
Colabore
A delegada Cassandra Duarte pediu que a população colabore com informações sobre o paradeiro das pessoas que acompanhavam Valderi na noite anterior à sua morte, durante a madrugada e na manhã em que ele se hospedou na pousada.
As informações anônimas podem ser fornecidas pelos telefones (83) 3310-9335 (Central de Polícia) ou o 190 (Polícia Militar).
Atualizada às 13h41
Comentários