VIDA URBANA
Mais de 800 presidiários da Paraíba farão a prova do Enem nesta terça e quarta
Provas serão aplicadas em 46 unidades prisionais. Maior número de inscritos está no Presídio do Roger.
Publicado em 13/12/2016 às 7:00
Nesta terça-feira (13) e quarta-feira (14), 852 presidiários da Paraíba fazem a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade. Este ano foi registrado um aumento em torno de 62,29% em relação ao número de inscritos no ano passado. As provas deste ano serão realizadas em 46 unidades prisionais do Estado.
Em 2011, primeiro em que os reeducandos paraibanos participaram do Enem, apenas sete unidades prisionais tinham inscritos no exame,de um total de 51. Em 2012, o número aumentou para 16 unidades e 263 inscritos; em 2013, 31 unidades e 290 inscritos; em 2014, foram 43 unidades e 524 inscritos. Em 2015, apesar da diminuição do número de unidades para 42, o de inscritos aumentou para 525.
Neste ano, 2016, a Penitenciária Modelo Desembargador Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Roger, em João Pessoa, foi a unidade prisional que teve maior número de reeducandos inscritos (105), seguido pela Penitenciária Sílvio Porto (73), Penitenciárias Padrão de Campina Grande-Máxima (62), Penitenciária Regional de Patos (56) e Penitenciária Jurista Geraldo Beltrão-Máxima (50).
Apenas 50 mulheres que cumprem pena em estabelecimentos prisionais do Estado vão participar do Enem PPL, sendo 23 do Presídio Júlia Maranhão, de João Pessoa, 19 do Presídio Feminino de Campina Grande e oito da Penitenciária Feminina de Patos. Outros participantes estão em presídios e cadeias de outros municípios do Estado.
Enem PPL
Os resultados do Enem podem ser utilizados para fins de certificação de conclusão de Ensino Médio, dando o direito também a remissão de pena, de acordo com resolução do Conselho Nacional de Justiça.
De acordo com a diretora de Políticas Penitenciárias substituta do Depen, Mara Fregapani Barreto, a principal finalidade do exame é elevar a escolaridade da população prisional. “A educação dá oportunidade ao preso de construir um novo projeto de vida e contribui para sua inserção no mundo do trabalho”, afirma.
Segundo Mara Fregapani, 91% dos detentos não tinham educação básica completa em dezembro de 2014. Com o Enem, eles podem ter acesso à certificação do ensino médio e ainda à universidade. A diretora destaca ainda que a iniciativa significa a inclusão das pessoas privadas de liberdade em política pública.
O Enem PPL nas unidades prisionais é organizado pelo Inep em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e com as Secretarias Estaduais de Administração Penitenciária.
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