POLÍTICA
Estado enfrenta dificuldades para garantir salário, diz Maranhão
Para governador, perdas financeiras afetarão salário de dezembro. Ele falou sobre 'traições' nas eleições e inauguração do Trauma de CG, que não funcionará de imediato. Assista.
Publicado em 21/12/2010 às 9:30
Karoline Zilah
A exatamente dez dias para o fim de seu mandato, o governador José Maranhão (PMDB) admitiu os problemas que o Estado enfrenta para garantir o pagamento dos salários do mês de dezembro ao funcionalismo público. Em entrevista nesta terça-feira (21) ao Bom Dia Paraíba, das TVs Cabo Branco e Paraíba, ele comentou que a previsão é de que depósito seja feito no último dia do ano.
Assista ao lado à primeira parte da entrevista
“Estamos com muitas dificuldades tendo em vista as perdas do Fundo de Participação dos Estados”, comentou. Segundo ele, o Estado deixou de receber cerca de R$ 1,4 milhão de fevereiro de 2009 a outubro de 2010. “É um valor muito alto que afeta de modo geral as finanças do Estado e gera dificuldades com relação aos pagamentos”, explicou o governador.
Derrota nas eleições
Sobre os rumores de que supostas traições de aliados teriam impulsionado sua derrota nas eleições, José Maranhão disse que prefere não atribuir a elas o resultado das urnas. “É pouco provável que nós tenhamos provas concretas para configurar traições. Houve falta de trabalho, omissões, mas traições mesmo são poucas as que eu poderia catalogar aqui, e não seriam elas as responsáveis pelo resultado da eleição”, comentou.
Além disso, o governador explicou que não vai deixar a política, e que recebeu convites para dar continuidade à sua carreira na vida pública assumindo a direção do PMDB na Paraíba.
“Confesso que nasci político e vou continuar político, mas nunca atrás de qualquer tipo de mordomia ou cargos. Nem o regime autoritário de 64, quando me cassou o mandato, conseguiu me tirar da política. Por que agora eu deixaria a política?”, encerrou Maranhão.
Inauguração do Trauma de CG
O governador também falou sobre a inauguração do Hospital de Trauma de Campina Grande, que está prevista para acontecer na tarde desta terça-feira (21). Conforme o governador já havia adiantado em visita anterior, apesar de ser inaugurada, a unidade só funcionará dentro de 30 ou 45 dias. Esta seria a previsão da Secretaria Estadual de Saúde.
O prazo seria necessário para o treinamento dos funcionários, desde os médicos, enfermeiros e técnicos para usar os novos equipamentos até os servidores do setor administrativo. “Para que ele esteja realmente funcionando em condições de prestar boa assistência, vai ter um treinamento de aproximadamente 30 a 40 dias”, complementou.
Maranhão disse ter pedido uma autorização do Ministério Público durante o período eleitoral para contratar mais servidores para o Hospital de Trauma, e garantiu que os atos de nomeações devem ser publicados no Diário Oficial do Estado nos próximos dias.
Falta de medicamentos em Campina Grande
Quando questionado sobre a falta de insumos básicos, como soros, antibióticos e analgésicos, em unidades hospitalares do Estado em Campina Grande, Maranhão reclamou da descontinuidade de pagamentos que o Governo Federal deveria fazer ao Estado.
Segundo ele, alguns repasses estariam atrasados há três meses. A União não teria transferido sua parte de recursos dos Sistema Único de Saúde (SUS) para a aquisição de medicamentos e manutenção de outros serviços que são prestados no setor público da Paraíba e de outros Estados.
O governador comentou que esteve na semana passada em Brasília com representantes de outros Estados pequenos. O Governo Federal teria se comprometido em repassar as importâncias até o fim do ano.
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