POLÍTICA
Em reunião secreta, deputados discutem uso de verba social da AL
Maioria dos 36 deputados estaduais da Paraíba estão reunidos em encontro a portas fechadas para discutir escândalo do uso indevido de verbas sociais pela AL.
Publicado em 12/05/2009 às 14:18
Phelipe Caldas
A maioria dos 36 deputados estaduais paraibanos estão desde o meio dia desta terça-feira (12) em reunião secreta realizada num hotel da orla de João Pessoa, discutindo uma solução para o escândalo do uso irregular das verbas sociais da Assembleia Legislativa da Paraíba, que foi denunciado com exclusividade pelo Jornal da Paraíba no dia 26 de abril.
O presidente da Casa, Arthur Cunha Lima (PSDB), foi um dos primeiros a chegar ao local, mas se negou a dar qualquer declaração à imprensa. Atitude que foi seguida pela maioria dos parlamentares, que passaram pelos repórteres sem falar nada com ninguém.
As poucas exceções ficaram por conta dos deputados estaduais Leonardo Gadelha (PSB) e Carlos Batinga (PSB), que defenderam a suspensão imediata da distribuição de verbas sociais até que novas regras sejam definidas.
Já o petista Jeová Campos foi mais enfático e disse que não quer só a suspensão, mas sim o fim definitivo da distribuição deste tipo de verba, por acreditar que não é papel do poder legislativo conceder benefícios sociais a quem quer que seja.
A matéria em questão, do Jornal da Paraíba, mostra que em 2008 a AL gastou um montante de R$ 11,5 milhões destinados a um programa de assistência social, que foi usado sem critério ao longo do ano. Entre a relação dos beneficiados, que em tese deveriam ser pessoas carentes, estão empresários, políticos, produtoras de eventos e até clubes de futebol. E do valor, a maior parte, ou R$ 7 milhões, foram para os deputados estaduais.
A maioria dos parlamentares disse na época que não sabia que os respectivos gabinetes estavam sendo mantidos por verbas sociais e lembrou que a liberação do dinheiro era de responsabilidade exclusiva da mesa diretora do legislativo paraibano.
Como presidente, Arthur inicialmente se negou a falar sobre o assunto, mas depois emitiu nota dizendo que o problema se resumia a um erro de nomenclatura da AL ao prestar contas junto ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.
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