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Paraíba registra primeiro peixe-boi-marinho filhote de uma fêmea reintroduzida
Pesquisadores avistaram Mel e seu filhote pela primeira vez no dia 24 de dezembro, véspera do Natal, na praia do Poço, litoral de Cabedelo. Notícia é um dos principais indicadores de sucesso do Programa de Reintrodução da espécie no Brasil.
Publicado em 12/01/2023 às 13:52 | Atualizado em 12/01/2023 às 14:18
A Paraíba registrou no final de dezembro o primeiro nascimento no estado de um filhote de peixe-boi-marinho proveniente de uma fêmea reintroduzida. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho, que monitora a mais nova mamãe, a peixe-boi Mel.
O projeto explica que ainda não é possível precisar a data exata do nascimento. Entretanto, os pesquisadores avistaram Mel e seu filhote pela primeira vez no dia 24 de dezembro, véspera do Natal, na praia do Poço, litoral de Cabedelo. Também ainda não se sabe o sexo do novo animal, já que a organização segue fazendo um monitoramento não invasivo, respeitando o espaço e os hábitos dos peixes-bois.
A organização afirma que essa notícia é um dos principais indicadores de sucesso do Programa de Reintrodução da espécie no Brasil e vem ratificar a importância de anos de pesquisa e trabalho pela conservação da espécie.
Mel foi vista entre novembro e dezembro de 2021 em comportamento de acasalamento, na praia do Bessa, em João Pessoa. O litoral da Paraíba é um dos poucos lugares no Brasil onde é possível avistar peixes-bois-marinhos em ambiente natural, tanto nativos quanto aqueles que foram reabilitados e posteriormente soltos.
Considerando que nas primeiras semanas os filhotes são mais vulneráveis, a equipe do Projeto encontra-se realizando o monitoramento dos animais diariamente.
Os pesquisadores pedem atenção redobrada e colaboração da população para proteger Mel e seu filhote, sobretudo nesta época de férias de verão, quando a região recebe um número grande de turistas e aumenta a circulação de pessoas nas praias.
- ao encontrar os peixes-bois-marinhos, apenas admire de longe;
- não toque, não alimente e nem forneça bebida aos animais;
- o melhor a fazer é manter distância, respeitando a área de uso dos animais, e apenas admirá-los de longe.
Peixe-boi Mel
Mel tem um histórico e tanto. Ela foi encontrada encalhada ainda filhote na praia de Ponta Grossa, em Icapuí, no Ceará, em 2004, sendo logo em seguida transferida para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, localizado na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, onde permaneceu por cinco anos em processo de reabilitação.
Em 2008, Mel foi transferida para o cativeiro de readaptação em ambiente natural localizado na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, na Paraíba. Em março de 2009 ela foi solta do estuário da região, onde permaneceu por muitos anos. Em 2019, Mel se deslocou para o litoral de Cabedelo, e desde então está vivendo nesta região.
Todos estes esforços ocorreram de maneira integrada mediante a colaboração do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/Fundação Mamíferos Aquáticos, APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/ICMBio e o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio.
O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho é realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil.
A organização atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas. Conta com o apoio da APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/ICMBio e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (PPGEMA - UFPB).
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