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COTIDIANO

100 dias após morte de mulher no Isea, marido cobra explicações e diz que dor aumenta com demora

Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande confirmou que a investigação foi finalizada. O resultado não foi divulgado, mas foi enviado ao MPPB.

Publicado em 03/07/2025 às 7:48


				
					100 dias após morte de mulher no Isea, marido cobra explicações e diz que dor aumenta com demora
Jorge Elô é marido de Danielle, mulher que morreu após perder filho e útero.. Reprodução/Instagram (@jorge.elo)

O marido de Maria Danielle, mulher que morreu após perder o filho e o útero, um mês depois de ser atendida no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, disse ao Jornal da Paraíba que não tem respostas formais sobre as investigações do caso, que completa 100 dias nesta quinta-feira (3).

A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande informou que a investigação interna sobre a morte de Maria Danielle, a perda do filho e do útero, foi finalizada, mas não divulgou o resultado, porque aguarda finalização da investigação total pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB). O MPPB, por sua vez, informou que a promotora Adriana Amorim, responsável pelas investigações, recebeu as conclusões e que analisa o resultado. Somente depois disso, um parecer do órgão vai ser emitido.

Ouvido durante a própria investigação, o marido Jorge Elô revelou que tomou conhecimento apenas pela imprensa de que a sindicância havia sido concluída. Ele explica que detalhes maiores sobre a morte da mulher não foram informados a ele.

“Não houve contato direto comigo. Hoje, completam-se 100 dias do falecimento da minha esposa e é frustrante constatar que, mesmo diante da gravidade dos fatos e da relevância social envolvida — considerando que ela era servidora pública municipal e uma das assistentes sociais mais dedicadas da cidade —, ainda não há nenhuma posição formal por parte da prefeitura. Essa demora, além de desrespeitosa, agrava ainda mais a dor da minha família”, disse.

Sobre a dor que sente, Jorge Elô disse que a revive todos os dias e que tinha uma vida planejada com a esposa, fazendo planos para o filho que viria a nascer. Em duas oportunidades, as investigações foram prorrogadas pela prefeitura.

“Perdi minha companheira, meu filho recém-nascido e todo um projeto de vida construído com amor, carinho e dedicação”, contou.

Conforme a Secretaria de Saúde de Campina Grande, a segunda ampliação do prazo para investigação da morte foi realizada por conta do período de luto do marido de Maria Danielle, Jorge Elô, que foi o último ouvido no processo da sindicância.

O marido disse ainda que suspeita da utilização de um medicamento intravenoso na esposa que, segundo ele, aceleraria o parto, e que contribuiu para a morte da esposa e do filho. Ele acusa o médico que estava de plantão no dia da morte de negligência. Este médico, inclusive, era responsável pelo acompanhamento prévio da esposa na gravidez.

“Se não fosse pela administração inadequada do medicamento intravenoso, a ruptura uterina que resultou na morte de Danielle e Davi Elô não teria ocorrido”, opinou.

Na época em que Danielle perdeu o bebê e teve o útero retirado, a gestão anunciou o afastamento dos profissionais que atenderam a gestante.

A Polícia Civil investiga a suspeita de negligência médica no caso. O Jornal da Paraíba entrou em contato com delegado Renato Leite, responsável pelo inquérito, que não respondeu aos questionamentos sobre as investigações da corporação sobre o caso.

Até 11 de abril, o delegado declarou que os médicos do Isea foram ouvidos, restando apenas a oitiva da equipe de enfermagem e dos técnicos. Os exames periciais também ainda não estavam prontos naquela época.

Descontente com a condução das investigações


				
					100 dias após morte de mulher no Isea, marido cobra explicações e diz que dor aumenta com demora
Prefeitura de Campina Grande realizou coletiva de imprensa, onde comunicou o adiamento do lançamento - Foto: Geraldo Jerônimo.

O marido também se disse descontente pela forma como a Prefeitura Municipal de Campina Grande trata o caso das investigações. Ele disse que a coletiva de imprensa convocada para o dia 26 de março deste ano, onde o prefeito Bruno Cunha Lima participou, foi feita para “criminalizar” a esposa.

“No dia do sepultamento da minha companheira, fomos surpreendidos por uma atitude inadmissível do prefeito Bruno Cunha Lima, que utilizou uma coletiva de imprensa para revelar dados sigilosos da minha esposa com o objetivo evidente de criminalizá-la”, opinou.

Naquela oportunidade, o prefeito destacou o histórico clínico da paciente e indicou a possibilidade de uma condição genética pré-existente que teria resultado na morte da paciente.

“[Danielle] Já apresentava um quadro clínico e que dava indícios da existência de uma condição clínica pré-existente, podendo, inclusive, ser uma condição genética, em razão de esse quadro clínico anterior, já serem conhecidos pelo menos dois abortos espontâneos, gravidezes de altíssimo risco, uma trombose arterial no braço, a própria ruptura uterina, popularmente o ‘útero esgaçou’”, afirmou o prefeito, à época.

O Jornal da Paraíba entrou em contato com a Prefeitura de Campina Grande para saber especificamente do posicionamento do órgão sobre as alegações do marido sobre a coletiva. O órgão respondeu que o marido "foi induzido a má interpretação da fala do prefeito" e que "apenas reproduziu o que a equipe médica tinha repassado para ele". A assessoria de imprensa da prefeitura também informou que o próprio prefeito Bruno Cunha Lima pediu, por ofício, ao MP e também à Polícia que fossem instaurados processos de apuração sobre o caso.

O caso


				
					100 dias após morte de mulher no Isea, marido cobra explicações e diz que dor aumenta com demora
Casco aconteceu no Isea em Campina Grande - Foto: Leonardo Silva/Arquivo.

O marido de Danielle denunciou nas redes sociais que o filho morreu na maternidade do Isea após a mãe da criança receber uma superdosagem de um medicamento para induzir o parto. Segundo ele, a complicação também levou à retirada do útero da gestante.

Segundo Jorge Elô, a mulher deu entrada na unidade hospitalar no dia 27 de fevereiro. Na manhã do dia seguinte, exames indicaram a viabilidade de um parto vaginal, e a equipe médica iniciou a indução com comprimidos intravaginais.

Naquele momento, souberam que o mesmo médico que realizava o pré-natal particular da gestante estaria de plantão no Isea. Na madrugada do dia 1º de março, o médico substituiu a medicação por uma intravenosa, intensificando as contrações.

Por volta das 6h do dia 1º de março, segundo relato do pai, duas enfermeiras do hospital atenderam a mãe da criança. Uma constatou que a cabeça do bebê já estava coroada, enquanto a outra aumentou a dosagem da medicação sem, segundo ele, consultar o médico.

Ainda de acordo com Jorge Elô, o trabalho de parto parou de evoluir, e as profissionais teriam culpado Danielle por não ter “colaborado”. O pai relatou que, minutos depois, elas teriam forçado a mulher a fazer força, mas ela desmaiou e estava sem pulso. Nesse momento, a levaram às pressas para a cirurgia.

Em entrevista à rádio CBN João Pessoa, o pai da criança afirmou que, após sua esposa ser levada para a sala de cesárea, ficou sem notícias sobre o que estava acontecendo. Quando finalmente entrou no local, viu a equipe médica retirando o bebê já sem vida e segurando o útero da mãe.

Imagem

Jornal da Paraíba

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