COTIDIANO
Abandono de navio é confirmado
Publicado em 18/01/2012 às 8:00
Um telefonema entre o capitão do cruzeiro Costa Concordia e a Capitania dos Portos italiana divulgado ontem comprova que ele abandonou o navio ainda durante as operações de resgate e rejeitou repetidas ordens expressas de retornar à embarcação e auxiliar na retirada dos passageiros.
A imprensa italiana transcreveu ontem trechos da conversa entre o capitão Francesco Schettino, de 52 anos, e a Capitania dos Portos que revelam que ele ocultou o motivo do naufrágio.
Segundo a imprensa italiana, o comandante estava em terra às 23h40 locais (20h40 de Brasília), e os últimos passageiros só foram resgatados por volta das 5h local (3h de Brasília).
Às 21h54 (18h54 de Brasília), com o navio já encalhado em frente à ilha de Giglio, no centro da Itália, o capitão garantiu que tudo estava bem e enfrentava apenas um problema técnico.
Segundo o "Corriere della Sera", a Capitania perguntou a Schettino às 0h32 (21h32 de Brasília) quantas pessoas ainda restavam a bordo. Embora a embarcação estivesse cheia, o comandante respondeu que apenas entre 200 e 300.
A resposta fez levantar suspeitas à Capitania que perguntou se ele ainda estava a bordo e Schettino confessou que o navio estava inclinando e ele havia deixado a embarcação. "Mas como abandonou o navio?", perguntaram a partir da Capitania.
Mesmo que o capitão tenha se retratado dizendo que não tinha abandonado o cruzeiro, a partir da Capitania ninguém conseguiu encontrá-lo. "Volte imediatamente a bordo, suba pela escada de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas há lá dentro", disse. "Comandante, é uma ordem, agora comando eu. Anteriormente o senhor declarou que havia abandonado o navio, volte à proa e coordene o resgate", exigiram.
Conforme os investigadores, Schettino, que estava em terra firme e não retornou ao navio, perguntou quantos corpos havia na tragédia.
"É o senhor quem tem de me dizer quantos. O que quer fazer? Ir para sua casa? Volte imediatamente e nos diga o que é preciso fazer, quantas pessoas restam e o que necessitam", ordenaram.
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