Advogado minimiza novas pistas que podem incriminar Luís Neto

Da Redação

O advogado de Luís Paes de Araújo Neto, estudante de Direito indiciado pelo assassinato da ex-namorada Aryane Thaís Carneiro, de 21 anos, minimizou a importância das recentes informações de que o jovem teria feito uma prova sobre Asfixiologia no dia do crime.

A relação entre a morte de Aryane no dia 14 de abril e a disciplina de Medicina Legal está no fato da jovem ter sido assassinada por asfixia seguida de estrangulamento, segundo revelou a perícia da Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol). A Asfixiologia estuda traumas causados pelas formas de asfixia, como estrangulamento, esganadura e enforcamento.

A reportagem do portal Paraíba1 não conseguiu contato com a delegada responsável pelas investigações do caso, Iumara Gomes, da Delegacia de Homicídios, mas confirmou com o Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), instituição na qual Luís Paes Neto estudava, que o aluno cursava a matéria e fez prova na data em questão, informações que foram minimizadas pelo seu advogado.

“Esta é uma disciplina normal em todos os cursos de Direito, cursada por qualquer outro aluno. Poderia acarretar alguma complicação para o caso se ele não tivesse assistido aula neste dia, se não tivesse ido à faculdade, mas ele assistiu aula normalmente, e por sinal tirou uma péssima nota”, argumentou Aluísio Lucena. “A própria nota 3 mostra que não se trata de uma pessoa que compreende Medicina Legal a fundo, que é o que a delegada tenta fazer entender. Se soubesse a fundo, ele teria tirado nota 9 ou 10, mas era um péssimo aluno”.

Segundo a assessoria de comunicação do Unipê, a delegada Iumara Gomes solicitou informações através de ofício ao professor Vladimir Cousseau, que ensina Medicina Legal aos alunos do 9º período de Direito, turma à qual Luís Paes Neto pertencia. O docente atendeu à solicitação oficial, mas a assessoria não confirmou o envio dos resultados da prova para a Delegacia de Homicídios pelo professor.

Indiciado

Na última segunda-feira (17), Luís Paes de Araújo Neto, de 23 anos, foi indiciado por homicídio qualificado pela delegada Iumara Gomes. No dia seguinte, terça-feira (18), a juíza Ana Flávia de Carvalho, do 1º Tribunal do Júri de João Pessoa, acatou as solicitações do Ministério Público da Paraíba e autorizou a exumação do corpo de Aryane Thaís, para que seja feita nova perícia em busca de provas que levem à elucidação do crime. Também prorrogou, por mais 30 dias, a prisão provisória do estudante.

A exumação do corpo de Aryane Thaís foi pedida pelo promotor Alexandre Varandas, que levantou a hipótese de que a jovem teria sido dopada antes do crime ao descobrir que nas unhas dela não foram encontradas marcas que indicassem tentativa de defesa.

Lembre o caso

O corpo de Aryane Thaís foi encontrado na manhã do dia 15 de abril, abandonado no Km 30 da BR-230. A delegada Iumara Gomes, que investigou o caso, disse que ela não foi morta no local onde foi encontrada e que ela teria sido vítima de estrangulamento por asfixia provocado por algum objeto.

Ex-namorado da estudante, Luís Neto foi apontado como o principal suspeito, por ter sido visto conversando com a jovem no bairro do Jaguaribe na noite do crime. Ele ainda teria saído de carro com ela poucas horas antes da vítima ter sido assassinada.

Aryane foi encontrada morta com um exame positivo de gravidez em seu nome que estava dentro do bolso de sua calça. Luís Neto mantinha um namoro secreto com a menina há três meses e ela tinha se encontrado com ele justamente para avisar que estava grávida. Para a polícia, o crime aconteceu depois de uma briga que o casal teve justamente ao discutir o futuro da gravidez.