COTIDIANO
Assassino da ex-mulher foi condenado a 23 anos de prisão
Durante 4 anos, a família de Alessandra fez vários protestos nas ruas da Capital, com apoio de outras pessoas que perderam parentes por conta da violência.
Publicado em 12/02/2011 às 8:49 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:32
Do Jornal da Paraíba
O vigilante Luciano Augusto de Sousa, de 32 anos, foi condenado a 23 anos e oito meses de reclusão, na noite da última quinta-feira, em júri popular, no Fórum Criminal de João Pessoa. Ele matou, em junho de 2007, a ex-mulher Alessandra de Melo Carvalho, no bairro do Jardim Veneza. A vítima, então com 25 anos, foi morta com mais de 40 golpes de faca, porque o vigilante não se conformava com a separação.
Na hora que o juiz Marcos William de Oliveira anunciou a sentença, os familiares de Alessandra comemoraram a decisão. “Não acaba a dor, mas pelo menos a Justiça foi feita”, disse o pai da vítima, José Pereira de Carvalho Filho.
A espera foi de quase quatro anos. Durante esse período, a família de Alessandra fez vários protestos nas ruas da Capital, com apoio de outras pessoas que perderam parentes por conta da violência. No dia do crime, o vigilante esperou a vítima sair de casa para atacá-la pelas costas. Ele também tentou matar o pai de Alessandra, que até hoje tem a marca da violência no corpo.
A defesa do acusado tentou adiar o julgamento, alegando que uma das testemunhas, considerada importante, não foi encontrada para depor. Luciano é réu confesso e foi a júri popular pela morte da ex-mulher e pela tentativa de homicídio contra José Pereira.
O pedido de condenação foi feito pelo promotor de Justiça Alexandre Varandas. Entidades que lutam pelo fim da violência contra a mulher. Também estava presente Hipernestre Carneiro, mãe da estudante Aryane Carneiro, encontrada morta em abril do ano passado, às margens da BR-230, por asfixia. Aryane estava grávida do estudante de Direito, Luiz Paes Neto, acusado de matá-la. Ele está solto e aguarda decisão da Justiça sobre o caso. O caso ganhou repercussão em todo o Estado.
De acordo com o Centro da Mulher 8 de Março, no ano passado, 70 mulheres foram agredidas na Paraíba, 48 estupradas e 53 assassinadas. Apesar de assustadores, os números não condizem com a realidade, pois a maioria dos casos não chega ao conhecimento da polícia.
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