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COTIDIANO

Ataques terroristas deixam 101 mortos na Índia

Militantes mantêm ocidentais reféns em dois hotéis em Mumbai. Situação ainda não está sob controle na cidade, diz ministro.

Publicado em 27/11/2008 às 8:18

Do G1

Pelo menos 101 pessoas morreram após duas explosões e vários tiroteios nesta quarta-feira (26) em diversos pontos da cidade de Mumbai (antiga Bombaim), distrito financeiro da Índia, segundo o governo do país.

Os atentados aconteceram à noite (à tarde pelo horário de Brasília), ao longo de várias horas.

Segundo a polícia, tratou-se de uma série coordenada de ataques terroristas, realizados por homens fortemente armados, que tinham como alvos turistas ocidentais. Um grupo islâmico quase desconhecido, chamado Deccan Mujahideen, assumiu a autoria dos ataques em e-mail enviado à imprensa, segundo a TV local.

Militantes estão escondidos em dois hotéis de luxo atacados, que estão parcialmente em chamas, e mantêm um número indeterminado de ocidentais como reféns. Policiais e o Exército tentaram invadir os locais e trocaram tiros com os terroristas. Segundo a polícia, os terroristas lançaram granadas e impediram o avanço das tropas.

Vilasrao Deshmukh, ministro-chefe do estado de Maharashtra, do qual Mumbai é capital, disse que a situação ainda não está sob controle na cidade. Segundo ele, 11 policiais morreram nos combates. Não está claro se eles estão incluídos na cifra de 78 mortos.

As autoridades confirmaram que quatro terroristas foram mortos em confrontos com a polícia quando tentavam fugir em carros, e que nove foram detidos. Os policiais também teriam conseguido desarmar, em vários locais, bombas preparadas para explodir.

O chefe da polícia antiterror na cidade, Hemant Karkare, teria sido morto durante os ataques, segundo a TV local. A informação ainda não foi confirmada oficialmente.

Áreas luxuosas

Ao menos sete pontos do sul da cidade, alguns deles turísticos, foram alvos dos atiradores: entre eles, uma estação de trem (Chhatrapati Shivaji Terminus), dois hotéis de luxo (Taj Mahal e Oberoi) e um restaurante (Leopold), todos freqüentados por turistas estrangeiros. Um quartel da polícia também foi atacado.

De acordo com outro chefe da polícia local, A.N. Roy, os atiradores usaram rifles automáticos e granadas nos ataques.

Segundo testemunhas, os agressores, homens com idades entre 20 e 25 anos, perguntavam às vítimas se elas tinham passaportes britânicos ou norte-americanos.

Repercussão

O Itamaraty condenou os ataques e informou que, segundo o consulado na cidade, não há registro de cidadãos brasileiros entre as vítimas.

A Casa Branca também criticou os atentados e lamentou a "perda de vidas inocentes" que resultou deles. O governo americano disse que reuniu funcionários de contraterrorismo, inteligência e defesa para avaliar os ataques e oferecer ajuda à Índia.

Segundo um porta-voz, o presidente George W. Bush estava sendo mantido informado sobre a situação e sobre a suposta "situação de reféns".

O Departamento de Estado dos EUA, por meio de seu porta-voz Robert Wood, condenou fortemente os ataques e disse que não havia informações sobre vítimas norte-americanas.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, condenou os atentados e disse que os EUA e a Índia devem trabalhar em conjunto para combater as redes terroristas.

"Estes ataques coordenados a civis inocentes demonstram como é grave e urgente a ameaça do terrorismo. Os Estados Unidos devem continuar a fortalecer as parcerias com a Índia e com as nações ao redor do mundo para cortar pela raiz e destruir as redes terroristas", disse o porta-voz de Segurança Nacional de Obama, Brooke Anderson.

A Eurocâmara informou que nenhum dos deputados da União Européia que estavam em missão na cidade se feriu. De acordo com porta-voz do parlamento, eles estavam em um restaurante no momento dos ataques.

O eurodeputado espanhol Ignasi Guardans disse à agência EFE que ele estava retido no restaurante e não podia sair por "razões de segurança".

A Índia registrou vários atentados a bomba nos últimos anos. Embora a maioria dos atentados tenha sido creditada a militantes islâmicos, a polícia também prendeu extremistas hinduístas suspeitos em alguns casos.

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Jornal da Paraíba

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