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COTIDIANO

Caminhos do Frio relembra morte de Margarida Maria Alves

Margarida Maria Alves, nasceu em Alagoa Grande e foi assassinada na porta de sua casa. Até hoje ninguém foi condenado pelo crime.

Publicado em 12/08/2008 às 9:06 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:43

Natália Xavier, especial para o Paraíba 1

Em meio a belezas, cultura e história, a cidade de Alagoa Grande ainda tem uma grande ferida aberta. Há 25 anos, no dia 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, líder sindical da região, foi assassinada na porta da casa em que morava. Com o seu lema “É melhor morrer na luta que morrer de fome”, Margarida foi a primeira sindicalista do Estado. Passou 12 anos a frente do sindicato dos trabalhadores rurais e nunca perdeu uma ação a favor de trabalhadores que eram injustiçados, mais de 600 ações foram movidas.

Moradores de Alagoa Grande relembram o dia em que a líder sindical morreu e narram o fato de forma ainda muito emocionada, “ela estava comendo uma espiga de milho, chamaram e ela veio abrir a porta, um homem atirou em sua cabeça, a queima roupa. Após o crime a cidade ficou sem energia. Foi uma grande armação, até hoje ninguém foi condenado”, contam os vizinhos da casa em que morou e hoje funciona o memorial “Casa Margarida Maria Alves”, acrescentando que na hora do crime muita gente estava dentro de casa assistindo à novela.

Com um tiro de espingarda 12 na cabeça, em uma noite em que até as lâmpadas da cidade se apagaram, morria Margarida Maria Alves, mulher que tornou-se um símbolo não só para os moradores de Alagoa Grande, mas um ícone mundial da luta sindical. Margarida era casada e quando morreu seu único filho tinha ainda oito anos.

Margarida foi assassinada por incentivar os trabalhadores e lutar com eles por direitos trabalhistas como salário mínimo, 13º salário e férias. Antes de sua morte Margarida já havia sofrido diversas ameaças e a muitas delas respondeu em seus discursos ou através de cartas que podem ser encontradas na “Casa Margarida Maria Alves”.

Casa Margarida Maria Alves

Fundada em 26 de agosto de 2001, a “Casa Margarida Maria Alves” funciona na mesma casa onde a sindicalista foi assassinada. Com alguns objetos pessoais de Margarida, instrumentos que lembram a luta dos trabalhadores rurais, fotos, jornais que noticiaram o assassinato, cartas e documentos, a Casa conta a história de Margarida Alves e leva os visitantes a mesma inquietação que os moradores da cidade têm de encontrar os culpados pelo crime.

A Casa é sede também de reunião das “Mulheres do Brejo”, movimento de trabalhadoras rurais de Alagoa Grande. A Casa funciona na Rua Olinda, em Alagoa Grande (PB), de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 17h. A entrada é gratuita. Para mais informações sobre visitas ligue: (83)3273-2443.

Marcha das Margaridas

Anualmente a “Marcha das Margaridas” relembra os feitos da grande sindicalista e prossegue na luta por mais condições de trabalho e justiça para os trabalhadores rurais, trazendo para a pauta assuntos como reforma agrária, crimes contra a mulher, salários, e uso consciente do solo e das águas.

Neste ano a marcha começou nesta segunda (11) e vai até 15 de agosto. A marcha é organizada pela da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação nacional dos Trabalhadores na Agricultura.

Sessão Solene

Na tarde de segunda-feira (11), a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem a Margarida. A sessão foi proposta pelo deputado Beto Faro (PT-PA), e também homenageou a Marcha Mundial das Mulheres, que neste ano ocorreu no Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Imagem

Jornal da Paraíba

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