COTIDIANO
Comando afasta PMs durante investigação
Policiais suspeitos de espancar rapaz até a morte, ficarão afastados das atividades operacionais; inquérito deve ficar pronto em 30 dias.
Publicado em 09/08/2012 às 6:00
Depois de muita pressão popular, revolta e vários apelos, inclusive de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Campina Grande, o Comando Geral da Polícia Militar decidiu afastar, temporariamente, os 12 policiais acusados de espancarem até a morte o técnico em eletrônica Thiago Moreira, de 27 anos, no último domingo.
A decisão foi anunciada ontem à tarde pelo comandante geral da corporação, coronel Euller Chaves. Segundo ele, a medida tem por objetivo contribuir com a lisura das investigações no âmbito da instituição, ao mesmo tempo em que assegurar a segurança e ampla defesa aos militares envolvidos no caso.
“Nós determinamos que o comandante do batalhão assim procedesse. Dessa forma os militares irão ficar afastados das atividades operacionais e do serviço como um todo, para preservar o processo apuratório. É uma medida administrativa que adotamos e que é natural. O que temos feito é determinar a apuração total do fato, mas com os cuidados de não condenarmos antecipadamente quem quer que seja”, assinalou Euller Chaves.
Ontem, a Polícia Civil e o Instituto de Perícia Científica (IPC) tinham agendado a reconstituição do caso, na casa onde aconteceu a confusão, na rua Chile, no bairro do Santo Antônio, mas o procedimento acabou sendo adiado.
Segundo a delegada Cassandra Duarte, “ficou acordado que iríamos ouvir primeiro os acusados para depois fazermos a reconstituição”, frisou a delegada.
A família de Thiago Moreira e dezenas de moradores do bairro acusam os policiais militares de terem espancado o técnico em eletrônica, provocando a morte da vítima, mas o Comando do 2º Batalhão de Polícia Militar tem outra versão para o fato e nega que tenha havido excesso por parte dos militares.
O caso ocorreu às 13h do domingo, quando Thiago Moreira teria sofrido um surto psicótico, possivelmente causado por crise de abstinência da sua dependência química.
Ele invadiu a residência de um policial militar, que fica a menos de 50m de sua casa, teria quebrado objetos e agredido os moradores do local, dando início à confusão.
Os militares acusados de espancar a vítima e que foram afastados ontem à tarde fazem parte da Rotam, policiamento especializado e que atua fazendo o patrulhamento em motocicletas.
O inquérito policial deverá ser concluído em 30 dias e depois será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se denuncia ou não os acusados.
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