COTIDIANO
DNA é inconsistente
Exame foi anexado ontem ao processo que apura a 'Barbárie de Queimadas', mas não conseguiu identificar autores.
Publicado em 30/06/2012 às 6:30
Ontem, o processo 098.2012.000.322-7, que investiga a ‘Barbárie de Queimadas’ que chocou a Paraíba e repercutiu em todo o Brasil, teve mais uma movimentação. Foram anexados aos autos perícias e exames de DNA que tiveram por objetivo comprovar e identificar os autores dos estupros de cinco mulheres, ocorridos durante uma festa de aniversário em Queimadas, no dia 12 de fevereiro deste ano.
O resultado dos exames, porém, conforme o Ministério Público, foi inconclusivo, já que eles não conseguiram identificar a participação de cada um dos dez acusados nos crimes.
De acordo com o promotor do município, Márcio Texeira, o material genético encontrado nas vítimas mostrou-se impreciso, já que as mulheres foram abusadas sexualmente por várias vezes e por diversos acusados, alternadamente.
Para ele, porém, o diagnóstico não deverá ter qualquer tipo de modificação no rumo das investigações, já que a maior parte dos acusados presos já confessaram a autoria nos crimes. “A quantidade de provas que nós temos nos autos já nos dá a certeza e a tranquilidade absoluta para pedirmos a condenação de todos eles. Inclusive porque há o relato detalhado, a descrição de testemunhas que vivenciaram a prática daquela barbárie, de tal forma que não há como não ter outra convicção”, analisou o representantes do Ministério Público.
Márcio Teixeira ainda acrescentou que, durante a coleta de provas, os exames periciais constataram que a arma utilizada para executar a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos era a mesma que seria de propriedade do principal acusado do crime, Eduardo dos Santos Pereira.
O acusado é apontado como sendo o autor e o mentor da série de estupros e dos dois assassinatos e deverá ser julgado no tribunal do júri.
Ele, porém, nega que tenha praticado os crimes e, durante o seu interrogatório na semana passada no fórum de Queimadas, revelou que estaria sendo ameaçado de morte dentro da penitenciária PB1 e que teria sido vítima de um plano armado supostamente por um grupo de extermínio, que teria atuação no município.
Os sete maiores de idade continuam detidos, desde a época do crime, e continuam aguardando o desfecho do processo, em que serão julgados.
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