COTIDIANO
Egito quer prender autores de filme
Vídeo, que satiriza o profeta Maomé, provocou uma série de protestos violentos em mais de 30 países com população islâmica.
Publicado em 19/09/2012 às 8:00
A Promotoria-Geral do Egito pediu ontem a prisão preventiva do pastor americano Terry Jones e sete cristãos coptas acusados de envolvimento no filme "A Inocência dos Muçulmanos".
O vídeo, que satiriza o profeta Maomé, provocou uma série de protestos violentos em mais de 30 países com população islâmica representativa desde a última terça-feira, quando foi revelado.
Um dos coptas acusados é Nakoula Basseley, suspeito de ser o diretor do filme. Todos os imputados moram nos Estados Unidos.
O promotor-geral egípcio, Abdelmeguid Mahmoud, ordenou que eles sejam julgados no Tribunal Penal do Cairo, e pediu uma ordem de extradição à Interpol e aos Estados Unidos. A data da sessão não foi divulgada.
O pastor e os sete cristãos coptas foram acusados de blasfêmia ao islamismo e difundir informações falsas, além de cometer crimes que prejudicam a unidade nacional egípcia e sua independência.
Para a justiça egípcia, os cristãos, que são contrários ao governo de Mohammed Mursi, foram os responsáveis pelo filme, com a ajuda de Terry Jones.
O pastor evangélico é conhecido por promover a queima do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, em seus cultos desde 2010, no Estado da Flórida.
NOVAS MANIFESTAÇÕES
Novas manifestações foram convocadas nas redes sociais para o próximo sábado em Paris e em várias outras cidades francesas para protestar contra o filme anti-islã "Inocência dos muçulmanos". No entanto, é difícil avaliar a influência de tais chamadas ou identificar a sua origem.
Uma mensagem que tem circulado pela internet convoca manifestações para o sábado, 22 de setembro, em Paris, Toulouse, Marselha e Lille.
O slogan, repetido especialmente no Twitter, é "Não toque em meu profeta", utilizando a imagem do antigo símbolo da organização SOS-Racismo das décadas de 1980 e 1990, o contorno de uma mão com a frase "Não toque em meu amigo".
No sábado passado, entre 200 e 250 pessoas participaram, em Paris, de uma manifestação não autorizada perto da embaixada dos Estados Unidos, do palácio presidencial e do Ministério do Interior francês. Entre os manifestantes havia mulheres cobertas com véus islâmicos, homens com vestimentas que proclamavam suas crenças islâmicas radicais, mas também jovens vestidos de maneira clássica. A justiça está investigando para identificar os organizadores da ação.
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