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COTIDIANO

Em sete meses, onze homossexuais foram assassinados na Paraíba

No período de sete meses a Paraíba registrou 11 assassinatos de homossexuais, segundo o levantamento do Movimento Espírito Lilás (MEL). Caso mais recente foi contra o professor Valderi Carneir. 

Publicado em 21/07/2011 às 10:14

Da Redação
Com Assessoria

No período de sete meses a Paraíba registrou onze assassinatos de homossexuais, segundo o levantamento do Movimento Espírito Lilás (MEL). O caso mais recente foi contra o professor Valderi Carneiro Santos, de 44 anos, morto em uma pousada de Campina Grande no dia 9 de julho. Os acusados do crime são quatro adolescentes.

Os números foram apresentados durante uma coletiva de imprensa na tarde quarta-feira (20), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em João Pessoa.

Os dados do MEL mostram que nos primeiros meses deste ano, o número de crimes contra homossexuais se igualou aos registrados durante todo o ano de 2010. “O preconceito e a discriminação por identidade de gênero ou por orientação sexual diferenciada da heterossexualidade, produz para a comunidade LGBT diversas repressões culminando com assassinatos brutais”, lamentou Renan. Ele afirmou ainda ainda diz que a falta de uma lei que criminalize a homofobia produz o fortalecimento do sentimento homofóbico e fundamentalista conservador.

Dos onze crimes, seis aconteceram em João Pessoa e três em Campina Grande. Em Sousa e Queimadas foi registrado um caso em cada município. O MEL solicita que o poder público amplie as delegacias especializadas em combate a homofobia em todas as regiões do Estado da Paraíba.

“Também solicitamos o funcionamento da Delegacia Especializada em Combate a Homofobia de João Pessoa no turno da madrugada e da noite, onde a população LGBT esta mais vulnerável e que a secretária de segurança crie um banco de dados institucional para controlar os números de assassinato contra a população LGBT”, finaliza Renan, que cobra cursos de capacitação dos profissionais de segurança, para poder tratar com as vitimas de homofobia.

Confira a lista dos LGBTs assassinados em 2011

João Pessoa
Roberto Confessor da Silva
Travesti, de 28 anos de idade, foi executado com dois tiros quando chegava em casa. Crime aconteceu por volta das 4h de 29 de maio de 2011, em Mangabeira. Populares disseram que o acusado pelo crime é um homem que mantinha relação sexual com a vítima.

Alexandro da Silva Oliveira
Líder religioso, homossexual assumido, de 34 anos de idade, morto com cinco tiros quando retornava para casa após ritual religioso. O homicídio aconteceu na Comunidade Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa na madrugada de 6 de janeiro de 2011.

Beto Coveiro
Coveiro do cemitério Santa Catarina, localizado no bairro dos Estados em João Pessoa, homossexual assumido, morto a tiros no bairro de Mandacaru, em 30 de março de 2011.

Albanir Cardoso
Cabeleireira, de 37 anos de idade, assassinada em 28 de junho de 2011, no bairro São José em João Pessoa. Segundo informações, os acusados são dois homens que fugiram a pé. Ela foi morta com três tiros. Segundo a Polícia ela era lésbica e teria um relacionamento com uma mulher casada

Sérgio Benício de Sousa
Homossexual assumido, de 31 anos de idade, assassinado a tiros na comunidade de Baleado, no bairro de Mandacaru, na madrugada de 29 de janeiro de 2011.

Travesti de identidade desconhecida
Travesti assassinada a pedradas no Centro de João Pessoa, em 15 de janeiro de 2011. Identidade desconhecida.

Campina Grande
Luiz Carlos das Neves

Ex-presidiário de 46 anos de idade, homossexual assumido, assassinado com 26 golpes de faca por volta das 2h de 31 de janeiro de 2011 em Campina Grande, na Avenida Floriano Peixoto. Do veículo, aparentemente nada foi levado.

Inete (Daniel Oliveira Felipe)
Travesti de 24 anos, identificado como Daniel Oliveira Felipe foi brutalmente assassinado com 30 facas por quatro rapazes na madrugada de 15 de abril de 2011, em Campina Grande, câmeras flagraram o crime.

Valderi Carneiro
Professor de língua portuguesa, de 44 anos, foi brutalmente assassinado por estrangulamento com sinais de luta corporal, encontrado morte, em 9 de julho de 2001, às 17h30, dentro de uma pousada, no centro de Campina Grande, câmera flagraram os criminosos.

Queimadas
Luciana Batista Dantas

Dona de casa divorciada, de 38 anos, foi encontrada morta ao lado de um prédio abandonado de uma fábrica no distrito do Ligeiro, na cidade de Queimadas, em 10 de fevereiro de 2011. Foi violentada sexualmente antes de ter sido assassinada, o rosto estava completamente desfigurado por golpes de pedradas.

Sousa
Raimundo Inácio

O homossexual, de 50 anos, foi esfaqueado e estuprado na sexta-feira 25 de fevereiro na cidade de Sousa, por um homem desconhecido.

Imagem

Jornal da Paraíba

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