COTIDIANO
Fazendeiro e dona de casa são seqüestrados em Queimadas
Acusados pediam R$ 80 mil em espécie, dinheiro de uma venda de gado que Antônio havia realizado há 25 dias.
Publicado em 28/06/2008 às 10:26
Andréia Santos, do JORNAL DA PARAÍBA
O fazendeiro, Antônio Trajano, de 52 anos, e a dona-de-casa, Geseane Araújo Silva Alves, de 20 anos, residentes no Sítio Soares, na cidade de Queimadas, Agreste paraibano, ficaram em poder de seqüestradores por mais de seis horas, na noite da última-quinta. Os acusados pediam R$ 80 mil em espécie, dinheiro de uma venda de gado que Antônio havia realizado há 25 dias.
De acordo com o fazendeiro, por volta das oito da noite, quando retornava de um sítio próximo a sua residência em uma moto azul, foi abordado por dois homens em uma moto, que estavam armados, encapuzados, com roupas do Exército camufladas e também usavam coletes.
Eles mandaram que a vítima descesse da motocicleta e ficasse deitada de costas no chão, sendo que, pouco tempo depois, um deles colocou um capuz em Antônio. “Eles disseram para eu parar e descer da moto, cada um deles tinha duas pistolas, mais uma espingarda e ainda armas pela cintura. Um deles colocou minhas mãos para trás e o outro pegou a moto, aí eles disseram quem está ali naquela casa, falei que era um morador que trabalha comigo”, contou.
Os acusados quebraram a porta e invadiram a casa de um dos funcionários do fazendeiro, Edson Souza Bezerra, que no momento estava jantando, e conseguiu fugir pela janela. Os suspeitos renderam a mulher dele, Geseane, e a levaram junto com Antônio para a residência do fazendeiro.
Os homens pediam dinheiro e no interior da casa de Antônio estava a esposa dele, o filho de dois anos e dois cunhados. Os assaltantes reviraram a casa inteira à procura de dinheiro e ficaram na residência por cerca de uma hora. Não encontrando o dinheiro, resolveram seqüestrar o fazendeiro e Geseane e na ação furtaram dois aparelhos celulares.
“Eles disseram que iam levar a gente para pedir o resgate, fomos para o meio do mato a pé, depois ligaram para outra pessoa e chegou outro bandido num carro, ficamos no carro, depois mandaram a gente sair e continuamos no mato”.
Quando os homens saíram da residência, os familiares ligaram para a Polícia Militar que chegou ao local cerca de 20 minutos depois. Antônio conta que este foi o momento mais dramático. “Quando eles viram a polícia chegando ficaram nervosos e diziam que se a gente falasse alguma coisa eles nos matariam e perguntavam quem tinha chamado os policiais”, disse Antônio.
Do ponto onde os seqüestradores ficaram com o fazendeiro e a dona-de-casa, eles viam a movimentação dos PMs e de acordo com Antônio um deles chegou próximo do local. “Chegamos a escutar as botas do policial no mato, nesse momento eles pegaram no meu pescoço e com uma espingarda machucaram meu braço e ficaram o tempo todo ameaçando que se eu falasse me matavam”.
Um cunhado da vítima, que não quis se identificar, contou que quando a polícia chegou ao local, cercou a propriedade do fazendeiro à procura dos suspeitos. “Estava escuro e eles ficaram fazendo rondas. Depois resolvemos ligar para o celular de Antônio e foi o bandido que atendeu e eles diziam com uma voz grossa que se a gente não mandasse a polícia ir embora mataria os dois”, disse.
Antônio, que negocia com gado, contou que, há 20 dias, realizou uma venda para um fazendeiro de Boa Vista, que custou exatamente o que os suspeitos pediam R$ 80 mil. Ele explicou que o dinheiro do negócio foi depositado em uma conta de uma pessoa para quem Antônio tinha um débito. “Não fiquei com o dinheiro, passaram a informação errada para essas pessoas, eles sabiam muita coisa de mim, disseram que se eu dissesse alguma coisa para a polícia me matariam e também dois filhos meus que moram no Rio de Janeiro”.
O fazendeiro e a dona-de-casa só foram libertados por volta das 2 horas da madrugada quando a polícia deixou o local. Antônio e Geseane andaram cerca de seis quilômetros a pé até chegar em casa. Segundo Antônio, os suspeitos fugiram em um carro que o fazendeiro não soube informar qual modelo nem a placa, porque estava faltando energia elétrica no local. A Polícia Civil da cidade de Queimadas está investigando o caso e ainda não tem pistas de quem sejam os suspeitos.
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