COTIDIANO
Freddie Mercury tinha talento musical e era cafona
Publicado em 24/11/2016 às 15:40 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:49
Nesta quinta-feira (24), faz 25 anos da morte de Freddie Mercury.
Falar de Mercury é falar do Queen, que permanece na lista das grandes bandas do rock.
Nas audições que fiz nos anos 1970, com a percepção de quem era contemporâneo do fenômeno, fui atraído por algo além do talento musical de Freddie e seus companheiros de banda.
O talento era inquestionável. Mas havia o uso que eles faziam desse talento. A capacidade que tinham de criar uma música cuja beleza estava na sua diversidade e na manipulação de matrizes.
O Queen era uma banda de hard rock. OK. Mas o seu repertório ia do rock primitivo de Elvis aos excessos operísticos que soavam tão cafonas no mundo do pop/rock.
Mercury cantava muito, compôs números irresistíveis e tinha um domínio extraordinário do palco.
Se havia muito de kitsch no que em estúdio o Queen fazia com vários gêneros, no palco, então, tudo era levado ao paroxismo do exagero.
Bendita cafonice!
Mercury é um Little Richard do hard rock. Só que muito mais exagerado e caricatural.
O encontro da sua musicalidade com os excessos da performance ao vivo foi o que o fez grande!
Não gosto dos últimos discos. Foram contaminados pela pasteurização que atingiu a todos na década de 1980. Mas o Queen dos anos 1970, do início até o disco The Game, este já passou no teste do tempo e permanece muito bom de ser ouvido.
Deus salve a Rainha!
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