COTIDIANO
IML conclui laudo e confirma que Mércia morreu afogada
Advogada também levou tiro no maxilar antes de ser morta. Principal suspeito de cometer crime voltou a depor à polícia em SP.
Publicado em 20/07/2010 às 18:07
Do G1
O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo concluiu o laudo sobre a causa da morte da advogada Mércia Nakashima. O documento já está nas mãos da polícia, informaram nesta terça-feira (20) policiais que investigam o crime.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil paulista, o laudo confirma que a vítima foi atingida por um tiro no maxilar. A causa da morte, porém, foi afogamento. O carro em que ela estava foi jogado em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O veículo foi encontrado em 10 de junho e o corpo, no dia seguinte.
Nesta terça, por duas horas o ex-namorado e principal suspeito de matar Mércia, o policial militar aposentado e advogado Mizael Bispo de Souza, prestou um novo depoimento.
O delegado responsável pelo caso surpreendeu Mizael ao apresentar ao suspeito um número de celular usado no dia do crime. Segundo o delegado, foi por este telefone que Mizael e Evandro Bezerra Silva se falaram 16 vezes no dia 23 de maio, quando a advogada desapareceu.
Segundo o promotor Rodrigo Merli Antunes, que acompanha as investigações, a quebra de sigilo telefônico de Mizael mostra que todas as vezes em que o ex-namorado conversou com Mércia por telefone, ele ligava em seguida de um outro número para Evandro.
No depoimento que prestou na manhã desta terça, Mizael disse que não se lembrava de ter ligado para Evandro no dia em que Mércia desapareceu. Quando foi apresentada a relação de telefonemas, Mizael assumiu que possui um outro número de celular – que não estava registrado em seu nome -, mas não explicou por que sempre que entrava em contato com o vigia o fazia de um outro número.
Ainda de acordo com o promotor, durante o depoimento Mizael se esquivou de várias perguntas, respondendo sempre desconhecer os fatos apresentados pela polícia.
O delegado Antônio de Olim, que investiga o caso, disse que Mizael mentiu no depoimento e que, após concluir o inquérito sobre a morte de Mércia, irá pedir a prisão do policial aposentado.
O advogado Samir Haddad Júnior, que defende Mizael, acredita que seu cliente não irá a julgamento por falta de provas. “Se houver denúncia, eu irei recorrer. Tenho a convicção de que não haverá nem julgamento por falta de prova”, disse Haddad ao deixar o prédio DHPP. Segundo ele, o depoimento foi tenso e Mizael bateu boca em alguns momentos com Olim.
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