COTIDIANO
Influência e diversidade: creators pretos são menos valorizados no Brasil
Estudo mostra diferenças no tratamento de raças no mercado de influência.
Publicado em 07/09/2020 às 9:00
Uma pesquisa realizada em agosto em parceria com a Black Influence, Sharp, Site Mundo Negro, Squid e YOUPIX analisou a diversidade no cenário de influenciadores no Brasil. "Black Influence, um retrato dos creators pretos do Brasil" é a primeira pesquisa do país a analisar mercado preto de influência. Entre as questões estudadas, estão a participação em campanhas, valores de cachê e se já sofreram com discurso de ódio nas redes.
O estudo, que contou com a participação de 760 influenciadores, mostrou que 64% dos entrevistados já realizaram alguma campanha, mas quando analisado por raça, os influenciadores identificados como pretos possuem a menor taxa de participação, 53%, seguido daqueles de pele amarela, com 59% e pardos com 66%. Os brancos possuem o maior percentual, com 67%.
Em relação aos cachês pagos, a pesquisa mostrou que os creators de pele branca recebem mais. A diferença é de mais de 12% quando comparados com creators pretos.
Sobre os discursos de ódio, 40% dos respondentes disseram que já sofreram, sendo as maiores taxas entre indígenas (43%) e pretos (38%).
De acordo com Monique Evelle, sócia da Sharp, hub de inteligência cultural, “Isso só reflete que a disparidade racial também está no contexto da influência e agora o mercado, a partir dessa pesquisa, não terá mais desculpas para tentar garantir equidade racial e de valores entre creators brancos e não brancos”.
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