COTIDIANO
Hospital Padre Zé ajuíza nova ação de mais de R$ 1 milhão contra o ex-gestor padre Egídio
Movida pelo Instituto São José, ação busca reparação pelos impactos gerados desvio de recursos milionários liderado pelo padre.
Publicado em 07/01/2025 às 17:26 | Atualizado em 07/01/2025 às 17:42
O Instituto São José, responsável pela administração do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, ajuizou mais uma ação judicial contra o ex-gestor da unidade, o padre Egídio de Carvalho Neto. Desta vez, a entidade pede uma indenização de R$ 1.083.243,77 por danos materiais, alegando prejuízos financeiros e à credibilidade da instituição, que teria sido impactada por um esquema de desvio milionário liderado pelo religioso.
O Jornal da Paraíba não conseguiu contato com a defesa do Padre Edígio até a última atualização desta matéria.
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A nova ação soma-se a outra demanda judicial, de R$ 1 milhão, já movida pelo Instituto em outubro por danos morais. Padre Egídio é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) em operações como Indignus e Pai dos Pobres, que apontam desvios superiores a R$ 140 milhões durante os cerca de dez anos em que ele esteve à frente da gestão do hospital.
De acordo com a nova petição, o Instituto São José detalha os valores desviados, incluindo:
- R$ 525.877,77 pela subtração de produtos doados pela Receita Federal, como celulares e eletrônicos, que deveriam ser leiloados em benefício do hospital.
- R$ 363.926,00 em operações fraudulentas com empresas parceiras, parte usada para a compra de imóveis e móveis de luxo.
- R$ 193.440,00 em fraudes administrativas, somando um total de mais de R$ 1 milhão em prejuízos diretos.
Dessa forma, a nova ação solicita uma indenização proporcional ao impacto negativo causado à sua reputação, além da reparação dos danos financeiros previamente requisitados. O pedido inclui também o reconhecimento da conduta ilícita do padre Egídio e de outros envolvidos nos processos criminais correlatos.
Os bens desviados, segundo as investigações, foram utilizados para o enriquecimento pessoal do ex-gestor, incluindo a compra de imóveis de luxo em diversas cidades e a aquisição de itens de alto valor, como vinhos e obras de arte.
Além do impacto financeiro, o Instituto destaca que o esquema prejudicou a imagem do hospital, que depende de doações e repasses públicos para manter os serviços de saúde.
Investigação e afastamento
Padre Egídio deixou a direção do Hospital Padre Zé em outubro de 2023, logo após a denúncia de furto de 100 celulares doados pela Receita Federal, que seriam vendidos em um bazar para arrecadar recursos para o hospital. Após a revelação do esquema, ele foi afastado de todas as funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba.
As denúncias levaram a investigações mais amplas, que identificaram irregularidades de longa data na gestão do hospital.
Segundo a nova diretoria do Hospital Padre Zé, após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira, a unidade encontra-se com inúmeras dívidas que comprometem a sua funcionalidade.
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