COTIDIANO
Israel só abre fronteiras de Gaza se Hamas libertar soldado
Gabinete condicionou fim do bloqueio à soltura de Gilad Shalit. Faixa de Gaza continuava sob bombardeio nesta quarta-feira (18).
Publicado em 18/02/2009 às 9:51
Do G1
O gabinete de segurança de Israel condicionou nesta quarta-feira (18) a abertura das fronteiras da Faixa de Gaza à libertação do soldado israelense Gilad Shalit pelo Hamas, segundo o ministro Meir Sheetrit.
A decisão foi anunciada depois de uma reunião para avaliar uma proposta de trégua de longo prazo para a região palestina controlada pelo Hamas.
O gabinete disse que abrir as fronteiras, fechadas desde que o Hamas tomou posse do território, seria "inaceitável" sem a soltura do militar.
A proposta egípcia de paz prevê a reabertura das fronteiras para que a ajuda humanitária possa entrar com mais facilidade no território, devastado após três semanas de ataques israelenses no início do ano.
O primeiro-ministro Ehud Olmert reuniuo gabinete de segurança para discutir até que ponto o governo deve ir para obter a libertação de Shalit numa troca de prisioneiros com o Hamas.
O Hamas exige a libertação de 1.400 militantes seus presos em Israel, inclusive alguns envolvidos em atentados que mataram israelenses. O grupo rejeita qualquer vinculação entre Shalit e a reabertura de Gaza, vital para reconstrução da região.
"Precisamos saber que há um acordo no qual Gilad volte para casa. Essa é uma condição básica. Se não, e daí? Deixe o Hamas sofrer, não vamos abrir os acessos", disse Sheetrit, membro do gabinete de segurança, à Rádio Israel antes do encontro.
Shalit foi sequestrado em 2006 por militantes palestinos, dentro do território israelense, e levado por um túnel para Gaza.
Na terça-feira, Olmert disse esperar que Shalit seja solto ainda durante o seu governo -- ele está no cargo interinamente, à espera da formação de um novo gabinete depois da eleição parlamentar da semana passada.
Antes da reunião do gabinete, aviões israelenses bombardearam sete túneis usados para o contrabando sob a fronteira Gaza-Egito , e um complexo de segurança no território palestino, segundo uma fonte oficial. Não há registro de vítimas, segundo fontes palestinas.
O ataque foi realizado depois do disparo de morteiros de Gaza contra Israel, na terça-feira, também sem deixar feridos.
Bombas somem, diz ONU
Onze bombas israelenses com 230 a 900 kg que não explodiram na ofensiva contra a Faixa de Gaza e que foram recuperadas e armazendas pelo movimento radical palestino Hamas desapareceram de um depósito, afirmou nesta quarta à France Presse uma fonte da ONU.
Três bombas de 900 kg e oito bombas de 230 kg que aviões israelenses largaram sobre a Faixa de Gaza durante sua ofensiva de 27 de dezembro a 18 de janeiro, foram recuperadas e armazenadas numa delegacia de polícia do Hamas, na cidade de Gaza, mas desapareceram.
A ONU evitou acusar o Hamas de ter se apoderado dessas bombas, mas quer que uma equipe própria especializada as encontre para poder desativá-las.
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