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COTIDIANO

Já havia jornalistas e jornalismo antes da Internet!

Publicado em 07/04/2017 às 7:13 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:45

Hoje é o dia do jornalista.

Francamente, não dou importância alguma à data, mas vou aproveitar para contar uma historinha.

No começo da semana, fui entrevistado (junto com a repórter Gi Ismael) por uma estudante de jornalismo. Conversa em torno do tema editoria de cultura.

A garota me perguntou sobre como fazíamos jornalismo cultural antes da Internet.

Não sei se era o caso da minha entrevistadora, mas já ouvi essa pergunta outras vezes e tenho sempre a impressão de que, nela, há uma certa incredulidade. Como quem indaga: e era possível fazer sem as ferramentas que hoje nos dão tanta velocidade e acesso tão fácil à informação?

Na resposta, recorro comumente a um didatismo que, de tão óbvio, pode parecer irritante.

Respondo assim: nós ouvíamos discos, víamos filmes, shows, peças de teatro, íamos a exposições de artes plásticas, líamos livros. Já havia tudo isso. Anunciávamos o que ia acontecer e depois escrevíamos sobre o que consumimos. As redações (referia-me ao impresso, onde comecei) tinham máquinas de datilografia, telefones, agências de notícias, telex, mais tarde fax, etc.

Eu comecei há 42 anos. Vou fazer 58. Estou, portanto, quase de saída.

(Nessa foto aí, em abril de 1975, 16 anos incompletos, apareço entrevistando Alceu Valença, que ainda não tinha 30. Foi nos bastidores do show Vou Danado Pra Catende.)

Não quero ser saudosista, mas venho de um tempo em que havia muito mais inteligência nas redações. E maior compartilhamento.

Havia garotas e garotos (eu era um deles) ávidos mais por conhecimento do que por informação. E grandes professores, que eram nossos colegas que já passavam dos 30, 40 0u 50.

As conversas eram menos banais, as discussões (permanentes) eram sobre conteúdo, as informações precisavam ser verdadeiras.

O furacão digital mudou tudo. Jornalista misturado com não jornalista. Notícia misturada com não notícia. Pós-verdade.

Coisas velhas vistas como se fossem novas. Jovens profissionais que não sabem discernir entre jornalismo e redes sociais.

Penso nessas coisas no dia do jornalista. O que vamos comemorar?

O documento que, recentemente, a Folha divulgou, atualizando seus compromissos editoriais numa era de mudança de hábitos dos leitores, pode ficar como tema para reflexão no dia de hoje. O veículo destaca a relevância do jornalismo profissional para manter nítida a distinção entre notícia e falsidade.

As redes sociais mentem, e os críticos da grande imprensa (inclusive dentro dos cursos de jornalismo) difundem a mentira guiados pela rasteirice ideológica.

Não sei quantos leram o documento da Folha nas nossas redações. Eu li. Li com o que me resta da crença de que os avanços tecnológicos devem ser nossos aliados.

E de que nem tudo está perdido!

Ou está?

Imagem

Silvio Osias

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