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COTIDIANO

Juíza manda famílias desocuparem fazenda Ponta de Gramame

Em 2008, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tinha desapropriado a área da fazenda.

Publicado em 12/02/2011 às 8:23 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:32

Do Jornal da Paraíba

A juíza da comarca de Mangabeira, em João Pessoa, Leila Cristiane Correia, decidiu pela reintegração de posse da fazenda Ponta de Gramame, ocupada por 36 famílias de agricultores que se apossaram da terra em 1999 e vivem da venda de suas produções nas feiras da Capital. Em 2008, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tinha desapropriado a área da fazenda.

O vice-presidente da associação dos moradores do Assentamento Frei Anastácio 2, Joselito Severino dos Santos, conhecido por seu Doda, já enfrentou desde 1999 quatro reintegrações de posse. Ele diz que as famílias têm muito medo de perder suas plantações novamente. “A gente vive do que planta. No terceiro despejo que a gente enfrentou, as máquinas acabaram com a nossa colheita”, lembra da reintegração de posse em 2001, quando 150 hectares de plantações foram destruídas e várias pessoas foram feridas nos confrontos pela terra.

Segundo a coordenadora da Coordenação da Pastoral da Terra (CPT),Tânia Sousa - que acompanha o caso desde o início, quando os agricultores se apossaram da fazenda -, este é o momento mais tenso pelo qual eles já passaram. “Isso acontece porque eles nunca tiveram a infraestrutura com que contam hoje no local. Casas, escolas, tudo feito pelos próprios agricultores. Sem contar as colheitas, né? Eles não querem perder isso novamente”.

Tânia Sousa ainda informa que existem dois recursos que foram apresentados em defesa dos invasores. “Um deles é dos advogados da CPT, que pede que a juíza especifique quais lotes devem ser reintegrados. Isso é importante pois a fazenda é muito grande e tem áreas que não têm plantações. O outro recurso é do Incra e exige a presença da entidade durante a reintegração para evitar que os lotes errados sejam reintegrados e que novamente as plantações sofram a depredação dos proprietários”, frisou.

Seu Doda não sabe o que vai fazer se for tirado dali novamente. “Prá onde a gente pode ir? A gente só sabe trabalhar na agricultura. Sou agricultor desde criança. Estou ensinando para os meus filhos o mesmo que meu pai me ensinou”, conta. A família dele tem uma barraca em uma feira dentro da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e sua renda vem toda daí. “A gente vende mamão, macaxeira, acerola. Tenho criação. Tem gente da cidade que vai lá dentro do assentamento prá comprar o que a gente produz”, explica.

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Jornal da Paraíba

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