COTIDIANO
Mulher de boxeador morto é transferida para presídio feminino no Recife
Pugilista Arturo Gatti morreu em flat onde passava férias, no sábado. Familiares dele chegam ao Recife para liberar o corpo nesta segunda.
Publicado em 13/07/2009 às 11:07
Do G1
A baiana Amanda Carina Barbosa Rodrigues, 23 anos, foi transferida para a Colônia Penal Feminina, no Recife, na noite deste domingo (12). Ela foi presa sob a suspeita de ter matado o marido, o boxeador canadense Arturo Gatti, que foi encontrado morto na manhã de sábado (11), em um flat alugado em Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE). Segundo informações da Polícia Civil, ela negou ter cometido o crime durante o depoimento dela.
Parentes de Amanda devem chegar ao Recife nesta segunda-feira (13) para acompanhar a investigação do caso. Ela tem familiares em Minas Gerais e na Bahia.
Familiares do boxeador devem chegar ao Recife para providenciar o reconhecimento do corpo, a liberação e o traslado de Artuto Gatti, nesta segunda-feira. Ele deve ser levado para o Canadá, onde vive a família dele.
A Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco informou que Amanda ainda não tem um advogado constituído para fazer sua defesa.
Segundo a Polícia, Amanda Rodrigues não confessou a autoria do crime e levantou a hipótese de uma terceira pessoa ter entrado no imóvel e, também, a possibilidade de suicídio. “É humanamente impossível, porque o acesso ao quarto é feito somente com cartão magnético. O apartamento fica no segundo andar, só tem uma janela, e seria necessário escalar para poder entrar”, disse o delegado Josedite Ferreira.
A partir de agora, o inquérito está sob responsabilidade do delegado Moisés Teixeira, de Ipojuca. O laudo da perícia na faca, na alça e na toalha encontradas na cena do crime deve ficar pronto em 15 dias. O corpo de Arturo Gatti está no Instituto Médico Legal, no Recife, e parentes terão de fazer o reconhecimento para a liberação.
Hipótese da polícia
De acordo com a polícia, o pugilista foi assassinado pela mulher. Ela teria enforcado o marido enquanto ele dormia. Amanda teria sido a primeira pessoa a encontrar o corpo do pugilista canadense na sala do apartamento, onde o casal passaria um mês de férias.O delegado disse que encontrou inconsistências no depoimento.
Segundo ele, a mulher do pugilista disse que acordou às 6h, chamou pelo marido, mas achou que ele ainda estava dormindo, então resolveu cuidar do filho de pouco mais de um ano. Somente por volta das 9h ela teria tocado no corpo do marido e percebido que ele estava morto.
O depoimento
Ferreira afirmou que ela contou à polícia que, na noite anterior, o casal estava num bar e teria discutido, supostamente por ciúmes. O boxeador teria empurrado, machucando-a no cotovelo e no queixo. A esposa informou ainda que o marido estaria embriagado.
De acordo com a polícia, o boxeador pegou um táxi com o filho e deixou a esposa sozinha no local. Ela teria contado que tentou se hospedar em dois locais para passar a noite. Funcionários do segundo hotel viram a confusão e não aceitaram Amanda como hóspede, pedindo um táxi para que ela voltasse ao flat onde estava com a família.
Ainda segundo informações da polícia, ao retornar ao flat, Amanda viu que Arturo Gatti já havia saído à sua procura em outro táxi. Ela o aguardou para que o transporte fosse pago e ambos subiram para o apartamento. Ela contou à polícia que foi para o primeiro andar do imóvel, onde o filho já dormia, e ele ficou no piso inferior, onde adormeceu. De acordo com a polícia, Gatti havia ingerido vinho e cerveja.
Amigo brasileiro
Arturo Gatti era amigo do puglista baiano Acelino Popó de Freitas, que lamentou a morte. Segundo Popó, a amizade deles durou bastante tempo. "Ele esteve em comigo no aniversário dele ano passado. Fizemos uma festa aqui no meu bairro."
Popó informou ainda que perdeu o contato com o lutador canandense desde a volta do amigo para os Estados Unidos, onde vivia com a mulher. "Soube que eles tiveram alguma tipo de problema e teriam chegado a se separar. Mas não sabia que eles estavam no Brasil."
A corretora Cristina Esperidião foi quem alugou o flat onde o lutador foi encontrado morto. Segundo ela, Gatti chegou ao apartamento na última sexta-feira (10), acompanhado da esposa e do filho.
Cristina informou que o flat foi alugado por 30 dias e o casal, que vivia nos Estados Unidos, disse que passaria um mês no local, no que seria uma nova lua de mel. A corretora diz que o pagamento foi feito antecipadamente e que os dois aparentavam estar felizes.
O boxeador
Nascido na Itália, mas naturalizado canadense, Arturo "Thunder" Gatti foi campeão mundial dos super pena em 1995, segundo a Federação Internacional de Boxe, e dos super leve em 2004, segundo o Conselho Internacional de Boxe. No ano passado, ele esteve na Bahia para celebrar seu 36º aniversário, que foi comemorado na casa do lutador Acelino Popó Freitas
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