COTIDIANO
O MDB de Humberto Lucena era melhor do que o MDB de hoje!
Publicado em 13/04/2018 às 6:35 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43
Humberto Lucena morreu em São Paulo em 13 de abril de 1998.
Estava a nove dias de completar 70 anos.
Faz duas décadas nesta sexta-feira (13).
O senador paraibano que foi duas vezes presidente do Senado lutava pela vida num hospital em São Paulo no momento em que o governador José Maranhão e o senador Ronaldo Cunha Lima brigavam pelo controle do PMDB e levavam o partido a uma cisão inevitável.
Está faltando Humberto aqui - alguém falou.
O comentário traduzia com precisão o papel que o senador desempenhava com maestria. O de homem da conciliação, do diálogo, da experiência nas ações de bastidores, da sabedoria nas articulações imprescindíveis à sobrevivência de um partido e à própria atividade política.
Humberto Lucena foi muito criticado em seu tempo. Críticas comumente injustas.
Vistas de longe, as imagens da época confirmam a sua presença em momentos cruciais da vida política brasileira ali nos anos 1970 e 1980, quando a sociedade civil lutava pelo fim da ditadura e pela reconstrução da democracia.
Vindo do velho PSD, o senador estava dentro dessa luta. Ao lado de tantos outros políticos moderados que se abrigaram sob a sigla do MDB de Dr. Ulysses.
Ontem na CBN, falei sobre a figura de Humberto, e os colegas de bancada da emissora lembraram do episódio do uso da gráfica do Senado. Reforça que os defeitos do senador eram pequenos.
Na reformulação partidária, o MDB virou PMDB.
Agora, voltou a ser MDB.
O resgate da sigla só acentua a diferença.
O MDB de hoje envergonha o MDB de ontem.
Políticos como Humberto Lucena fazem falta.
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