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COTIDIANO

ONU vai interferir em conflitos com palestinos

Secretário-geral chegou ao Cairo para apoiar esforço egípcio para mediar cessar-fogo entre Israel e Palestina.

Publicado em 20/11/2012 às 8:00

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou ao Cairo ontem para apoiar o esforço do Egito em mediar um cessar-fogo entre israelenses e palestinos. Israel lançou na última quarta-feira uma operação batizada de Pilar de Defesa que visa pôr fim aos ataques de foguetes palestinos da faixa de Gaza contra seu território.

A ofensiva deixou já mais de cem mortos e ameaça evoluir para uma invasão por terra.

Ban deverá visitar Jerusalém entre hoje e amanhã, de acordo com diplomatas da ONU.

Khaled Meshaal, líder do grupo radical palestino Hamas, que controla Gaza, afirmou ontem que só haverá cessar-fogo quando Israel parar com o que chamou de agressões e acabar de vez com um bloqueio econômico ao território palestino que estrangula a economia local, mas que, para o governo israelense, é essencial para prevenir a entrada de armas.

De acordo com as autoridades médicas palestinas, a morte de mais dois homens num novo bombardeio aéreo fez passar de cem o total de mortes em Gaza desde o lançamento da operação, há seis dias. Entre as vítimas estariam 24 crianças. Os palestinos dizem que a metade é de civis sem envolvimento com a luta.

As forças israelenses, porém, dizem que os civis são um terço. Do lado israelense, três morreram, na última quinta.

Depois de uma madrugada de relativa calma, militantes da Faixa de Gaza dispararam 12 foguetes contra o sul de Israel em um intervalo de dez minutos, sem causar vítimas, segundo a polícia israelense. Um dos projéteis caiu perto de uma escola, que estava fechada. Entre os alvos atingidos por Israel em Gaza ontem está um centro de mídia estrangeira. Um morreu.

Embora 84% dos israelenses tenham apoiado a atual ofensiva a Gaza, de acordo com uma pesquisa do jornal israelense "Haaretz", só 30% queriam uma invasão. Além disso, 19% gostariam que o governo trabalhasse para garantir uma trégua logo.

O Egito - cujo presidente recém-eleito Mohamed Mursi tem raízes na Irmandade Muçulmana, considerada mentora do Hamas - atua como mediador, no maior teste ao tratado de paz com Israel, estabelecido em 1979, no Cairo, desde a queda do ditador Hosni Mubarak.

Os negociadores egípcios podem estar próximos de alcançar um acordo entre Israel e os palestinos para parar com o confronto, disse o primeiro-ministro de Mursi, Hisham Kandil. "Acho que estamos perto, mas a natureza desse tipo de negociação indica que é muito difícil de prever", disse Kandil, em uma entrevista no Cairo.

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Jornal da Paraíba

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