COTIDIANO
Onze PMs são presos por integrarem grupo de extermínio na PB
Revelação foi feita nesta sexta-feira (14) pelo secretário de Segurança, Gustavo Gominho. Investigações já resultaram na instauração de mais de cem inquéritos policiais.
Publicado em 15/05/2010 às 9:39
João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba
Desde o mês de janeiro deste ano, quando a Secretaria de Segurança Pública do Estado revelou a existência de um grupo de extermínio que estaria atuando na Paraíba, onze policiais militares de diferentes patentes já foram presos e indiciados por envolvimento em execuções ocorridas em diferentes municípios paraibanos.
A revelação foi feita nesta sexta-feira (14) pelo secretário de Segurança, Gustavo Gominho. Segundo ele, as investigações estão em andamento e já resultaram na instauração de mais de cem inquéritos policiais.
“As investigações continuam. Há atualmente mais de cem inquéritos para serem apurados e isso não é um trabalho para ser concluído rapidamente. É um trabalho realizado para mais de dois anos”, discorreu o secretário, preferindo não adiantar mais detalhes sobre os investigados ou sobre o andamento das investigações.
A existência do grupo passou a ser investigada por uma força tarefa da polícia paraibana no início de janeiro, após denúncias terem chegado à Secretaria de Segurança Pública estadual relatando uma suposta ‘rede de extermínio’, que teria a participação de detentos e de traficantes que comandavam o tráfico de drogas no Estado.
Na época, as estimativas eram de que pelo menos 30 policiais civis, agentes penitenciários e militares pudessem ter participação nas execuções, a maior parte delas de presos albergados e de pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Trezentas pessoas teriam sido mortas pelo grupo.
Parte do grupo, inclusive, foi presa durante a ‘Operação Arcanjo’, depois da descoberta de um plano para assassinar o corregedor-geral da polícia paraibana Magnaldo Nicolau da Costa, que investigava a atuação dos militares; integrantes do grupo teriam ainda, conforme as investigações, ameaçado de morte até mesmo o secretário Gustavo Gominho através de ligações telefônicas.
Ainda no mês de fevereiro deste ano, a força-tarefa, comandada pelo delegado Carlos Alberto, apresentou o soldado da polícia militar Carlos Eduardo Gomes da Silva, como sendo um dos acusados de envolvimento com as execuções. Ele foi detido em cumprimento a um mandado judicial.
Um mês depois, a polícia prendeu mais quatro suspeitos de envolvimento com os crimes: Fabiano Bernardo da Silva (Fábio Bombado), o sargento Arnóbio Gomes Fernandes, e os cabos Gilvandro Quirino da Silva e José Arimatéia dos Santos. Eles teriam participação na morte de José dos Santos Cândidos (Zezinho), crime ocorrido nas proximidades do Mercado de Bayeux, no dia 29 de setembro de 2009.
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