Operário morre soterrado em obra

Mais um operário da construção civil morreu, após sofrer um acidente em obras na cidade de João Pessoa. Desta vez, a vítima foi Severino Ramos de Oliveira, de 29 anos, que faleceu no canteiro de obra no bairro de Manaíra quando uma estrutura de concreto armado e um muro caíram sobre ele. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, este ano já foram registradas seis mortes em obras na Paraíba.

O homem sofreu várias fraturas e faleceu com parte do corpo soterrado pela estrutura de concreto. De acordo com o delegado Basílio Rodrigues, que esteve no local, o homem realizava uma escavação com outros três operários em um prédio, quando a parede de contenção do edifício ficou com a estrutura da base comprometida e desabou sobre ele. A queda da estrutura comprometeu parte do muro da casa vizinha que também caiu sobre o operário. Segundo o delegado, a perícia feita no local constatou que a escavação feita pelos operários ultrapassou o nível de segurança da base da parede de contenção. Equipes do Corpo de Bombeiros retiraram o corpo da vítima dos escombros.

Responsável por fiscalizar as obras, o Conselho Regional de Engenharia (Crea), afirmou que o engenheiro responsável pela obra estava na cidade de Campina Grande, mas após ter sido comunicado sobre o acidente tinha retornado para João Pessoa.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA também entrou em contato por telefone com a Construtora A R Gomes, responsável pela obra, mas até o fechamento desta edição a empresa não atendeu aos nossos telefonemas.

ESTRATÉGIAS
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Paulo Marcelo, afirmou que na próxima quarta-feira será realizada um reunião com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa. No encontro os dois sindicatos irão discutir estratégias para aumentar a segurança dos operários da construção civil que trabalham na Paraíba.

O procurador do trabalho, Eduardo Varandas afirmou que nas obras da Paraíba há muitos casos de falta de fiscalização de equipamentos de proteção individual. “Isso é gravíssimo, principalmente no interior do Estado. Em Patos, é fácil você flagrar operários trabalhando sem equipamentos de proteção. A construtora tem por obrigação fornecer e fiscalizar a utilização desses equipamentos e o trabalhador que se negar a utilizá-los poderá ser demitido por justa causa,” afirmou o promotor.

O caso foi registrado na Delegacia de Manaíra e o delegado Basílio Rodrigues deverá investigar as causas da morte.