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COTIDIANO

Paraibano se torna doutor aos 24 anos e segue para pós-doutorado em Estocolmo

Estudante também de escola pública durante infância e adolescência, são nessas instituições que ele encontra a base de tudo.

Publicado em 07/04/2021 às 11:41 | Atualizado em 07/04/2021 às 15:45


                                        
                                            Paraibano se torna doutor aos 24 anos e segue para pós-doutorado em Estocolmo

				
					Paraibano se torna doutor aos 24 anos e segue para pós-doutorado em Estocolmo

Aos 24 anos, Lucas Carvalho já é quase um estudante de pós-doutorado. Mais jovem doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lucas só tinha apenas 16 anos quando ingressou no curso de Medicina Veterinária da UFPB, no campus de Areia. Em quatro anos e meio concluiu a graduação, em 12 meses terminou o mestrado e em 25 meses defendeu a tese de doutorado. Agora, Lucas segue para um pós-doutorado em Estocolmo.

Estudante também de escola pública durante infância e adolescência, são nessas instituições que ele encontra a base de tudo. “Minhas referências foram instituições de ensino público desde criança”, declara.

Natural de Serra Branca, interior da Paraíba, Lucas só tinha duas opções: a escola pública municipal e a escola pública estadual. Escolheu a Escola Estadual Senador José Gaudêncio, onde estudou até o 3º ano do ensino médio. Isso, claro, nunca foi um problema. Lucas nunca visualizou estudar em uma escola particular, porque não tinha essa opção como referência. No ensino médio, os pais ainda cogitaram colocá-lo em uma escola de Campina Grande, mas ele se apoiou na qualidade do ensino público que recebeu desde a infância. “No vestibular, 70% da minha turma foi aprovada”, conta.

Fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e passou para o curso de medicina veterinária em primeiro lugar no campus de Patos e em terceiro lugar no campus de Areia, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A universidade particular também não foi uma opção.


				
					Paraibano se torna doutor aos 24 anos e segue para pós-doutorado em Estocolmo

Lucas ainda pensou em seguir a carreira dos pais e tocar o negócio da família. Mas quando entrou na universidade e conheceu o mundo da Ciência, visualizou um novo caminho. Trabalhou bastante na graduação para fazer um bom currículo acadêmico e foi isso que o colocou no mestrado tão cedo. Em doze meses conseguiu concluir a dissertação na Pós-Graduação em Ciência Animal, também no campus da UFPB em Areia. Foi durante o curso que o pesquisador conseguiu se destacar mais uma vez no universo acadêmico por ter desenvolvido, junto com uma equipe do Laboratório de Histologia Animal da Universidade, um aplicativo – Histologia Fácil –, para o qual foi realizado o depósito de patente pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), em 2019.

Findado o mestrado, conheceu o professor Valdir Braga, atual Pró-reitor de Pesquisa (Propesq) da UFPB, e seguiu para João Pessoa onde deu andamento ao doutorado em ciências fisiológicas. Vivendo um passo de cada vez, para se sustentar, Lucas conseguiu um emprego como professor de uma universidade particular. Assim, unia a profissão com a academia e, também em tempo mínimo, terminou o doutorado em 25 meses.

Tudo muito rápido porque Lucas quis agarrar todas as oportunidades que surgiram. O professor Valdir buscou todas as informações necessárias e deixou para Lucas apenas a decisão: fazer um pós-doutorado na Suécia? Sim. O curso é na universidade Karolinska Institutet, com a qual fez parceria durante a pesquisa de doutorado.

Agora, de malas prontas para embarcar, vai com a esposa, Maryanne, e o filho, Artur, de apenas nove meses, para Estocolmo, onde passará pelo menos dois anos, e espera retornar ao Brasil e à Universidade onde sua trajetória de sucesso teve início. Mas, dessa vez, como professor.

“Eu nunca visualizei ter que pagar para estudar, sempre visualizei que o governo e o estado faziam isso para mim, e eu sou muito grato. Eu quero devolver isso de alguma forma, sendo professor, devolver todo o investimento que foi feito em mim. Eu sou muito grato por esse investimento e pelo incentivo à educação pública. Falando como pesquisador, são as instituições públicas que dominam as pesquisas no Brasil, pesquisas de ponta e de qualidade. A pandemia serviu também para mostrar a importância do cientista e como a ciência está por trás do avanço da sociedade. É dentro dos muros da universidade que a gente faz isso”, declarou Lucas.

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Dani Fechine

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