COTIDIANO
Polícia descarta responsabilidade de motorista em acidente que matou dois estudantes em Pilões
Segundo a polícia, o motorista estava com toda a documentação em dia e não cometeu imprudências. Três pessoas foram indiciadas.
Publicado em 02/07/2025 às 16:15 | Atualizado em 02/07/2025 às 17:49

A Polícia Civil concluiu que o motorista do ônibus escolar envolvido no acidente na PB-077, em Pilões, que resultou na morte de dois estudantes e deixou outros 31 feridos, não teve responsabilidade pelo ocorrido.
“Ele foi contratado para aquele dia, então era o primeiro contato dele com o veículo, e, diante das circunstâncias do que foi apurado, não vislumbramos nenhuma negligência em perícia, nem imprudência capaz de imputar culpa”, afirmou o delegado, Walter Brandão.
De acordo com o inquérito, o condutor estava devidamente habilitado e com toda a documentação em dia.
Foram indiciados Fabiano Cassimiro dos Santos, Secretário de Educação, Francisco José Fernandes de Souza, diretor de transportes do município e o dono da empresa de ônibus, Adriano Pinheiro da Silva. Eles vão responder por duplo homicídio qualificado culposo e lesão corporal culposa no trânsito, quando não há intenção de matar.
O delegado informou também que foi protocolado junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) um pedido para autorizar a investigação contra a prefeita da cidade de Pilões, Soraya Ferreira, já que ela tem a prerrogativa de foro privilegiado.
O Jornal da Paraíba entrou em contato prefeitura de Pilões, com o dono da empresa indiciado, assim como com o secretário da cidade e também com o diretor de transportes. A prefeitura de Pilões informou que ainda não foi oficialmente notificada e que tiver acesso ao inquérito vai se posicionar. Os outros três indiciados não responderam até a última atualização desta matéria.
Conforme as investigações, o ônibus escolar apresentava várias falhas que foram determinantes para o acidente acontecer. O inquérito constatou, após perícia realizada, as seguintes falhas:
- Ausência de cintos de segurança em todas as poltronas;
- Falta de disco no tacógrafo, que impossibilitava o monitoramento de velocidade;
- Falha mecânica no sistema de freios;
- Fissuras na mangueira que enviava ar comprimido ao sistema de freio.
- De acordo com a Polícia Civil, todas as falhas constatadas no inquérito evidenciam negligência dos indiciados.

Entenda o caso
Em 1º de abril , um ônibus escolar que fazia o transporte de estudantes de Pilões a Guarabira tombou na PB-077, numa região conhecida como Ladeira do Espinho que fica nas proximidades do município de Cuitegi. No acidente, dois adolescentes morreram e 31 ficaram feridos. Entre os feridos, uma menina que teve a mão amputada.
Os mortos são Gustavo Batista Belo da Silva e Fátima Antonella Guedes de Albuquerque, de 13 e 15 anos respectivamente.
Durante as investigações iniciais, descobriu-se que o veículo do acidente não tinha passado por nenhum tipo de vistoria e estava irregular para uso.

Desde o começo das investigações, a possibilidade do acidente pode ter sido causado por problemas no freio foi aventada. A suspeita foi levantada e explicada pelo tenente Glauco, do Corpo de Bombeiros. De acordo com o tenente, a pista onde o ônibus tombou não tem marcas de frenagem. Isso, de acordo com ele, indica o problema.
Já o perito Miguel Sales, da Polícia Civil, confirmou que o tombamento aconteceu em uma curva e que, depois disso, o veículo se arrastou pelo asfalto. O ônibus foi contido quando bateu em uma mureta, que impediu que ele caísse em uma ribanceira.
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