Presídio do Roger, para onde vai Hytalo Santos, está com ocupação acima do limite

A Penitenciária Desembargador Flóscolo da Nóbrega, conhecida como presídio do Roger, unidade prisional para onde Hytalo Santos e Euro serão transferidos nesta quinta-feira (28), tem uma população carcerária de 890 detentos, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). No entanto, a capacidade da unidade prisional é para 700 presos, o que implica um percentual de 27% acima do limite.

De acordo com as informações da Polícia Civil da Paraíba, os influenciadores chegam na Paraíba às 17h da quinta-feira, seguem para o Instituto de Polícia Científica (IPC), para realização de exames, e depois serão conduzidos ao presídio do Róger.

Hytalo e Euro respondem a processo da Justiça de Bayeux, na Grande João Pessoa. Eles são investigados por exploração sexual de menores de idade, trabalho infantil e tráfico humano em conteúdos produzidos para as redes sociais. A investigação é feita pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) paraibano.

A transferência de Hytalo e de Euro foi determinada pela Justiça da Paraíba e confirmada pelo poder judiciário em São Paulo. Esse trâmite da remoção será feito pelas autoridades paraibanas e paulistas.

Conheça o presídio do Roger

A Penitenciária Desembargador Flóscolo da Nóbrega recebe o nome de presídio do Roger devido ao bairro onde está localizado, em João Pessoa.

O local é a unidade prisional de maior importância da capital paraibana para a custódia de presos provisórios masculinos e, atualmente, conta com 8 pavilhões. Na unidade, há uma cela reservada exclusivamente para a população LGBT.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o presídio do Róger tem uma população carcerária de 890 detentos. No entanto, a capacidade da unidade prisional é para 700 presos, o que implica um percentual de 27% acima do limite.

Em fevereiro de 2024, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) realizou uma inspeção no presídio do Roger, com o objetivo de avaliar as condições estruturais e de atendimento aos custodiados. Durante a inspeção, foram verificadas a inclusão de melhorias e iniciativas implementadas na penitenciária, como a construção de uma sala com divisórias apropriadas para a realização audiências judiciais remotas (audiências de custódia), a inauguração da primeira cela do novo pavilhão que estava sendo construído no presídio, bem como a instalação de lâmpadas de LED nas guaritas para melhorar a iluminação geral do seu entorno.

De acordo com o promotor Ricardo Medeiros, apesar das melhorias observadas, foram ainda identificados uma estrutura física precária do consultório médico e problemas no fornecimento de medicamentos genéricos e de equipamento de proteção individual para a cozinha do estabelecimento.

Também foi observada a defasagem da manutenção preventiva dos equipamentos de extintores de incêndio das instalações do presídio.

Entendo o caso

Hytalo e o marido já eram investigados na Paraíba. Mas a repercussão da denúncia de Felca fez com que a Justiça da Paraíba decretasse a prisão preventiva do casal.

Segundo a acusação, as prisões de Hytalo e Euro foram necessárias porque eles pretendiam fugir do país depois que Felca divulgou o vídeo denunciando o casal e outros influenciadores por explorar e sexualizar menores.

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Os influenciadores foram presos no último dia 15 de agosto em Carapicuíba pela polícia paulista. No dia 18 de agosto eles foram levados para o CDP 1 de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Nesse período, Hytalo e Euro puderam falar somente com seus advogados.

A Justiça suspendeu as contas de Hytalo, Euro e dos menores nas redes sociais, onde eles tinham milhões de seguidores e ganhavam dinheiro com isso.

A defesa do casal negou as acusações e alega que os clientes são inocentes. A Justiça da Paraíba, de São Paulo e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, já negaram os pedidos dos advogados para que os dois respondessem aos crimes em liberdade. E também não concordou com a ida deles para uma penitenciária em Tremembé, no interior paulista, sob a alegação de que lá seria mais seguro.

As prisões de Hytalo e Euro pela polícia, bem como a audiência de custódia deles na Justiça, foram gravadas em vídeos.