COTIDIANO
PRF apreende mil comprimidos e prende seis pessoas na Paraíba
Na Paraíba, foram seis prisões e mil comprimidos apreendidos, além de uma arma e munição. Nos 17 estados onde a operação acontece mais de 30 pessoas já foram detidas.
Publicado em 14/12/2010 às 20:00
Maurício Melo
Com G1
Durante 15 dias, agentes da Polícia Rodoviária Federal disfarçados usaram microcâmera para investigar postos e lojas que vendem drogas e remédios proibidos, chamados de rebite pelos os caminhoneiros, na operação Pesadelo. Mais de 30 pessoas foram presas em 17 estados.
Na Paraíba, até agora, foram seis prisões e mil comprimidos apreendidos, além de uma arma e munição. A operação acontece em parceria com o Ministério Público Estadual em Campina Grande e no Sertão. No total já são 28 mil estimulantes com a PRF.
“Nesta época, os caminhoneiros precisam cumprir casos cada vez mais curtos. E eles acabam lançando mão de artifícios para se manter acordados. Em alguns casos, infelizmente, os caminhoneiros associam a ingestão de medicamentos proibidos com o crack e a cocaína”, afirma Alexandre Castilho, da Polícia Rodoviária Federal.
O cansaço e o uso de drogas podem estar relacionados a milhares de acidentes envolvendo veículos de carga. A estatística desses casos e os depoimentos de caminhoneiros alertam para um perigo mais comum do que se imagina, nas estradas brasileiras.
De janeiro a agosto deste ano, 1302 acidentes de caminhão tiveram o sono como causa provável. Ao todo, 471 pessoas ficaram feridas e 50 morreram. Em uma pesquisa com mais de cinco mil caminhoneiros, quase metade disse que trabalha com carga horária excessiva. E 7% confessam que usam medicamentos proibidos.
O psiquiatra Dirceu Valladares explica que o remédio apenas atrasa, mas não acaba com o sono. O motorista sem dormir perde o reflexo, a audição e, principalmente, o campo de visão. “A pessoa indiretamente percebe que os ombros estão ficando pesados, que os olhos estão ficando pesados. Tenta abrir os olhos e coloca um som e fica tentando estimular. Nessa hora, ele já devia parar com isso”, aponta.
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