Desde que o presidente Jair Bolsonaro declarou que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) "começam agora a ter a cara do governo", os estudantes que realizarão as provas nos próximos dias 21 e 28 de novembro não sabem o que esperar em relação a possíveis mudanças no exame. O professor de história Luiz Neto comenta sobre como se preparar para possíveis surpresas.
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Sobre as questões da prova, Luiz Neto recomenda aos estudantes ficarem tranquilos, pois caso a interferência aconteça, ela será mais de exclusão que de inclusão. Com a possível interferência, outra coisa que pode ocorrer é a perda de alguns temas da história do Brasil.
A mudança não vai “colocar algo que você não tenha estudado, mas talvez retirar algumas temáticas que possam ser sensíveis a alguns cenários políticos”. Segundo o professor, temáticas como a Ditadura Militar brasileira talvez não esteja presente na prova “porque pode ser sensível a algum grupo político”.
Sobre a prova de filosofia, o professor disse que ética, epistemologia e política devem continuar sendo os três assuntos mais cobrados. Em sociologia, o tema dos Direitos Humanos são geralmente recorrentes: “o Enem quer que você seja um grande cidadão e para isso você tem que entender sua participação na sociedade”.
Quanto à mudança na temática da redação, Luiz Neto disse que o mais importante é “fazer a redação no mesmo formato que você vinha fazendo”. Portanto, os estudantes devem escrever conforme treinado durante o ano, e não mudar sua tendência. O professor adverte: “a única coisa que pode zerar sua redação é fugir totalmente do tema”. Em caso de desrespeito aos direitos humanos, o estudante pode perder até 200 pontos do resultado final da redação.