COTIDIANO
Quem se coloca contra ficha limpa tem medo, diz presidente da CNBB
Dom Geraldo Lyrio Rocha pede pressa na votação do projeto. Ele afirma ainda que católicos não devem votar contra princípios da Igreja.
Publicado em 13/05/2010 às 14:29
Do G1
O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou nesta quinta-feira (13) que os políticos que colocam obstáculos à aprovação do projeto ficha limpa têm medo porque teriam “ficha suja”. O projeto proíbe a candidatura de políticos condenados na Justiça em decisão colegiado em processos ainda não concluídos. A proposta foi aprovada na Câmara nesta terça-feira (11) e a CNBB deseja uma tramitação rápida no Senado.
Dom Geraldo destacou que o projeto é “a favor da sociedade” e questionou políticos contrários à idéia. “Para mim, parece que quem se coloca contra o ficha limpa estaria confessando ter medo porque teria ficha suja”.
O presidente da CNBB afirmou ainda que o fato de o projeto ser discutido em ano eleitoral pode funcionar como elemento de pressão sobre os senadores. “O eleitor precisa ficar vigilante. Agora, será que o senador que dificultar a aprovação do ficha limpa se candidatando teria o apoio do eleitor? Se está contra, será que não tem ficha suja?”.
Ele destacou o apoio popular do projeto, que foi protocolado com mais de 1,6 milhão de assinaturas, e disse acreditar que isso pode sensibilizar os senadores. “Deus queira que o Senado seja sensível”.
O secretário-geral da entidade, Dom Dimas Lara Barbosa, destacou que o desejo é fazer com que o projeto valha já para as eleições de outubro deste ano. Para isso, acredita, o texto teria de estar sancionado até 9 de junho. Há questionamentos, no entanto, se a votação até esta data garante a aplicação e a decisão será do Judiciário.
Orientação aos eleitores
O presidente da CNBB afirmou ainda que a Igreja vai orientar seus fiéis durante a eleição a votar em candidatos que sigam seus princípios. “O católico não deve depositar sua confiança e dar uma procuração a quem defende posições opostas às da Igreja Católica”.
Dom Geraldo destacou que a CNBB já se manifestou sobre o tema em uma declaração sobre o momento político divulgada na quarta-feira (11). O texto pede que os católicos “participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana”.
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