COTIDIANO
Roberto Carlos dribla TOC e canta Quero que Vá Tudo pro Inferno
Publicado em 24/12/2016 às 6:43 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:48
Roberto Carlos quebrou, faz tempo, a tradição do seu disco de final de ano. Gostando ou não do artista, os discos eram essenciais nos natais brasileiros e marcaram milhões de pessoas.
Roberto Carlos, aos 75 anos, mantém a tradição do especial natalino na Rede Globo. São mais de quatro décadas.
O programa exibido nesta sexta-feira (23) foi gravado num ambiente menor, com uma plateia menos numerosa. Ficou mais intimista e, por isso, recebeu o nome de Simplesmente Roberto Carlos.
O momento mais importante do especial foi quando Roberto Carlos cantou Quero que Vá Tudo pro Inferno. A canção, uma das mais icônicas da sua carreira, fora banida do seu repertório por causa do TOC (transtorno obsessivo compulsivo), doença que atormenta o Rei.
Voltar a cantar (e pronunciar a palavra "inferno") essa música que conquistou o Brasil há mais de 50 anos é uma vitória pessoal do artista e uma alegria para os seus fãs.
Só quem foi contemporâneo de Quero que Vá Tudo pro Inferno conhece a força dessa canção e sabe o quanto ela foi transgressora.
O especial teve outros grandes momentos.
Destaco o encontro de Roberto Carlos com Caetano Veloso e Gilberto Gil, amigos e companheiros de geração. Comovente ouvir os três cantando Coração Vagabundo e Marina.
Marisa Monte, com Dadi à guitarra, cantou De que Vale Tudo Isso como se fosse sua.
E Zeca Pagodinho fez o Rei cair no samba. Só assim, ouvimos, na sua voz, Noel, Lupicínio e Cartola!
Roberto Carlos vem de regiões profundas do ser do Brasil, diz Caetano Veloso. Isso, ninguém tira dele. Os seus defeitos são infinitamente menores do que as suas virtudes. Basta vê-lo num programa de televisão!
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